terça-feira, junho 17, 2008 6:21 PM

Artista do Crime

por Ênio Vital

Se tem uma coisa que eu sempre vi nos filmes e sempre quis fazer e ser é, sem dúvida, um pickpocket urbano e com sorriso furtivo após o golpe. No Brasil, o batedor de carteiras provavelmente nunca existiu, aqui o pessoal aponta a arma e te pede para passar a carteira. Lá fora é tipo uma arte, tem todo um gingado, uma destreza impar, uma trama, deve ser miticulosamente treinado ou não.
O mais legal é a forma como você passa a perna na pessoa. Isso é genial.
A pessoa normalmente não se dá conta do que ocorreu e, quando dá, já é tarde demais pois o golpe foi aplicado com maestria. Este misto de atuação com crime sempre é irresistível. Jogo pôker, já desci ladeiras com mais de 100m com inclinação considerada de skate chegando a uns bons 50km/h que um tombo seria bem doloroso, já pilotei um ultra-leve em condição adversa de clima, já reagi a um assalto a mão armada, já briguei e corri da briga, prefiro sempre dirigir em pista simples do que em pista dupla, adrenalina sempre foi um cursor de águas na minha vida é a minha maneira de ver a vida sadia e, nada, nada, ao meu ver do que já fiz, poderia chegar aos pés de aplicar um golpe numa pessoa. Pois, você está prestes a esbarrar no fogo com a mão cheia de querosene! Se você conseguir sair ileso, é muito gratificante.
Lógico, não acho que crime seja legal e que compense. Se eu for roubado, não vou achar legal. Talvez, se for por uma maneira assim, eu não fique puto por furtar mas... "Filha da puta! Como ele conseguiu?".
Acho que nunca terei essa resposta.
Só fritaria meu cerébro ao infinito pensando em como ele fez e nunca descobrir. E, depois, só restará a admiração por ser uma vítima do artista do crime.
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