terça-feira, abril 09, 2013 11:20 PM

Risoflora - Chico Science & Nação Zumbi

por Ênio Vital

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segunda-feira, fevereiro 18, 2013 9:29 PM

por Ênio Vital

De qualquer modo que você se sinta, o que for preciso, sempre que é real, seja o que for que aguarde. O que quer que você precise, de qualquer jeito tão leve e quando quer que esteja correto. Arreie toda espera em apenas uma pessoa porque você sabe que um arreio só foi feito para um.

Não vou entalhar todo o meu sentimento, mas também não vai ser permanentemente um rascunho, tenho medo de pegar um péssimo resfriado por esquecer de cuidar de mim e ficar orbitando apenas pelo o que sinto.

A loucura me faria invadir, por você, a Casa Branca ou o palco de um grande Festival de Rock, para ver se dessa maneira eu me infiltro no quartel-general do seu coração. Se nada der certo, vou me mudar para um farol, sobre um cais cênico, bem longe. Longe do início de tudo que foi esse sentimento, apenas com a montanha da paixão ao fundo.

Confesso que só queria ter seu abraço, que você me envolvesse assim como o faz quando pega o jornal pela manhã, comprimido pelo seu indicador com o polegar. Não quero telegrafar seus movimentos ou passos, mas penso em como eles poderiam ser.

O meu coração está verdadeiramente aberto. Vejo a luz do sol em seus olhos e vou tentar as coisas que você nunca tentará, serei aquele que deixará você no lugar mais alto possível.
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quarta-feira, fevereiro 13, 2013 11:01 AM

Sonho I

por Ênio Vital

Na noite anterior, eu jantei bastante comida condimentada. Posso dizer que me deu alucinações quando eu me toquei que sonhava q era Staff de um Festival Britânico de Música e Artes, fazia frio, a noite era preta e sem luar ou estrelas, apenas existia estruturas pretas, metálicas e detalhes vermelhos por todos os lados. Pegava gordas no meio do evento para fazer pessoas escrotas queimarem a língua. Encontrava amigos de longa data que queriam me pagar bebidas e, a forma de pagamento, era com pendrive, inserindo na máquina de "cartão(?)" (achei moderno e de primeiro mundo isso). Depois, um amigo, tomava pinga ao molhar os dedos nela e passava nos olhos, dizendo que assim o barato era maior e melhor (pensei em fazer o mesmo, mas ao ver os olhos dele em vermelho carmesim vivo, desisti). Por fim, encontrava meu professor de português com uma menina de 15 anos no meio da pista, o mais estranho era ele estar vestido com roupa de balet (acenei timidamente, não queria saber o "por quê" dele estar cometendo pedofilia e vestido daquele jeito). No final, eu não sei quais bandas tocaram porque nunca achava os panfletos tão comuns em festivais que mostram o line-up e afins, só sei que era um show de bizarrice sem fim.
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sexta-feira, dezembro 21, 2012 4:05 PM

Fragmento de uma conversa

por Ênio Vital

(...)
- E o coração?
- Tá aqui batendo. E o seu?
- Tá aqui apanhando.
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quinta-feira, novembro 01, 2012 4:11 PM

I thought of you

por Ênio Vital

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terça-feira, outubro 30, 2012 12:22 PM

Sweet Girl

por Ênio Vital

Me desculpe estou tão louco. É que tenho sido atormentado pela minha cabeça, me sentindo um paranóico diante dos meus próprios pensamentos. Não consigo evitar toda vontade que sinto de querer estar com você e de como sempre vou querer.

Me desculpe por estar assim. É que você tornou-se essa flor rosa e amarela que nunca poderá ser desfeita, muito bela e cheirosa que lembro ao acordar de todo sonho bom. Você é a única coisa neste mundo que eu não quero perder.

Me desculpe eu estou tão louco. A janela tem orvalho da geada no vidro. Você tem meu telefone e eu na sua mente, apenas me dê uma chance. Me desculpe, eu tenho estado tão melancólico. Mas você é a melhor amiga que eu já tive. Isso ainda está em minha mente.

Então, desculpe estou tão louco. Me desculpe estou tão louco. Me desculpe estou tão louco. Me desculpe estou tão louco de você. Sandman me visitou com uma presente especial na última noite. Sonhava exatamente como foi o nosso primeiro beijo. Isso ainda está em minha mente. E eu quero estar com você e sempre vou querer. Até eu morrer.
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segunda-feira, outubro 29, 2012 5:57 PM

Homenagem ao Dia do Livro

por Ênio Vital

Na vida, você não precisa ler muitos livros, mas precisa encontrar 20 livros para reler sempre. Eu conheço trechos de inúmeros livros para se colocar como homenagem ao Dia do Livro, mas esse do Cem Anos de Solidão em especial diz muito sobre o que tenho sentido ultimamente:

"(...)Úrsula se perguntava se não era preferível se deitar logo de uma vez na sepultura e lhe jogarem a terra por cima, e perguntava a Deus, sem medo, se realmente acreditava que as pessoas eram feitas de ferro para suportar tantas penas e mortificações. E perguntando ia atiçando sua própria perturbação e sentia desejos irreprimíveis de se soltar e não ter papas na língua como um forasteiro e de se permitir afinal um instante de rebeldia, o instante tantas vezes desejado e tantas vezes adiado, para cortar a resignação pela raiz e cagar de uma vez para tudo e tirar do coração os infinitos montes de palavrões que tivera que engolir durante um século inteiro de conformismo.
– Porra! – gritou.
Amaranta, que começava a colocar a roupa no baú, pensou que ela tinha sido picada por um escorpião.
– Onde está? – perguntou alarmada.
– O quê?
– O animal! – esclareceu Amaranta.
Úrsula pôs o dedo no coração.
– Aqui – disse.”

[Gabriel Garcia Marquez - Cem Anos de Solidão]
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domingo, outubro 21, 2012 6:47 AM

R.E.M. - Uberlin

por Ênio Vital

From the new album "Collapse Into Now" (2011) lyrics: Hey now, take your pills and Hey now, make your breakfast Hey now, comb your hair and off to work Crash land, no illusions, no collision, no intrusion My imagination runs away I know, I know, I know what I am chasing I know, I know, I know that this is changing me I am flying on a star into a meteor tonight I am flying on a star, star, star I will make it through the day And then the day becomes the night I will make it through the night Hey now, take the U-Bahn, five stops, change the station Hey now, don't forget that change will save you Hey now, count a thousand-million people, that's astounding Chasing through the city with their stars on bright I know, I know, I know what I am chasing I know, I know, I know that this is changing me I am flying on a star into a meteor tonight I am flying on a star, star, star I will make it through the day And then the day becomes the night I will make it through the night I don't mind repeating, I am not complete I have never been the gifted type Hey, man, tell me something, are you off to somewhere? Do you want to go with me tonight? I know, I know, I know that this is changing We walk the streets to feel the ground I'm chasing: ÜBerlin I am flying on a star into a meteor tonight I am flying on a star, star, star I will make it through the day And then the day and then the day becomes the night I will make it through the night
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segunda-feira, setembro 10, 2012 3:15 AM

RIP

por Ênio Vital

How things were, how things are, and how things will be. The future does not look good. The past is gone and lost forever. It cannot be brought back. But some of the ways, it would be neat to see them come to life again. And the now is now, and if you don't do it now, it will never be done. It will be lost, and the future does not look good. And if we don't bring some of the past back, we're all doomed.
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segunda-feira, janeiro 16, 2012 5:49 PM

É tudo uma questão de dar com os ombros

por Ênio Vital

cercado dessa gente descolada, dos melhores amigos, num emprego digno, com um trabalho bacana, fimzinho de faculdade, virando adulto pra valer, caminhar pelas próprias pernas, sonho pouco, mas sempre desconexo, tanto show, quanto rock, um atrás do outro no repeat. estamos todos aqui, presos no tempo e no espaço.
me é tão custoso imaginar que nada disso me chama muita atenção. muitas perguntas por aí podem ser respondidas com tédio e vaidade, no meu caso, eu respondo com niilismo mesmo.
o fluxo das coisas seguem cada vez mais certas, corretas, diagramadas e visivelmente coerentes. mas quem liga? quer dizer, todo dia as coisas são diferentes, todo dia acontece alguma cretinice delatada por algum veículo de notícia, todo dia uma vida nova vem a tona em alguma parte do mundo, todo dia eu tomo café e escovo os dentes.
cada vez mais eu tento me fechar em mim, estar internamente ligado com minha alma, naquela tênue idiossincrasia da emoção e razão, e não vem nada.
minha alma cansou de vibrar, cansou. tá ali rígida e simples feito uma tábua de passar roupa. não me vejo cotado para grande feito algum, me sinto um número que vai perambular por aí como nos livros de ficção de adoux huxley ou philip k dick, sem catarse espiritual ou biológica ou emocional, tenho uma sensação única de sempre estar nem aí pra isso, sem forças para subir até a margem da água e recobrar o fôlego e não por resignação, por preguiça e mesquinhice de não me propor continuar nessa imensidão sem portas, janelas, num deserto continuo e infinito.
a criatividade e destreza nunca me foram tão boas e recompensadoras, me sinto preparado para resolver qualquer coisa, mas não tenho vontade. lutar pra quê? no mínimo, não me sinto pertencente a este lugar e a esta hora. e, como disse anteriormente, nem é uma má hora ou um má local. é coisa de alma mesmo, um sentimento de estar anestésico com o mundo.
confesso que isso não é de hoje, está camuflado pelos anos, é uma situação cíclica, sempre piora consideravelmente no verão, é a época que mais enxergo coisas que não sei explicar, é a época que mais vivo comigo mesmo. sempre busco um escritor da europa oriental para ler logo após os primeiros indícios de estar assim, mas nunca consigo muitas respostas - na verdade, as dúvidas só aumentam.
não há com o que se preocupar, de maneira indiferente novamente, sem nem prestar muita atenção, vai passar. é tudo uma questão de dar com os ombros.
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sexta-feira, novembro 05, 2010 6:43 AM

Devoirs

por Ênio Vital

Merci pour cette belle aventure.

L'est temps pour toi d'en vivre une nouvelle
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domingo, setembro 12, 2010 8:36 PM

QuintaLoka 2010

por Ênio Vital

Meu setlist






free hit counter
http://biggermouth.wordpress.com/
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quarta-feira, outubro 07, 2009 11:30 PM

Ru bri ca

por Ênio Vital

Rúbrica
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quarta-feira, agosto 12, 2009 3:03 AM

Poetry?

por Ênio Vital

Quem me vê, não sabe o que me tornei.
E quem sabe hoje quem sou, não me viu no ontem.
Sou sem passado, sem futuro.
Respondo pelo presente.
Mas o presente corre e percorre. Insiste.
E não me torna mais sagaz, apenas fugaz.
Ó deletério.
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domingo, agosto 02, 2009 6:40 PM

texto numero cem

por Ênio Vital

Não sei por que isso acontece, mas não há lugar como uma cama para revelações confidenciasis entre amigos. Marido e mulher, dizem, franqueiam-se mutuamente o próprio fundo da alma; e alguns casais já velhos deitados a conversar sobre os velhos tempos até amanhecer. Assim, na lua-de-mel de nosso coração, repousamos ela e eu - uma dupla aconchegante e afetuosa.
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quinta-feira, julho 09, 2009 1:18 PM

on street

por Ênio Vital

Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos nós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nós une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento impertubável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia - o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis.
Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua!
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segunda-feira, junho 29, 2009 8:18 PM

Saque só

por Ênio Vital

Eu amo desorganizado, desenvergonhado. Tenho um amor que não é fácil de compreender porque é confuso. Não controlo, não planejo, não guardo para o mês seguinte. A confusão é quase uma solidão adicional. Uma solidão emprestada. Sou daqueles que pedirá desculpa por algo que o outro nem chegou a entender, que mandará nova carta para redimir uma mágoa inventada, que estará se cobrando antes de dizer. Basta alguém me odiar que me solidarizo ao ódio. Quisera resistir mais. Mas eu faço comigo a minha pior vingança. Amar demais é o mesmo que não amar. A sobra é o mesmo que a falta. Desejava encontrar no mundo um amor igual ao meu. Se não suporto o meu próprio amor, como exigir isso?

Um dia li uma frase em Hegel: "nada de grande se faz sem paixão". Mas nada de pequeno se faz sem amor. A paixão testa, o amor prova. A paixão acelera, o amor retarda. A paixão repete o corpo, o amor cria o corpo. A paixão incrimina, o amor perdoa. A paixão convence, o amor dissuade. A paixão é desejo da vaidade, o amor é a vaidade do desejo. A paixão não pensa, o amor pesa. A paixão vasculha o que o amor descobre. A paixão não aceita testemunhas, o amor é testemunha. A paixão facilita o encontro, o amor dificulta. A paixão não se prepara, o amor demora para falar. A paixão começa rápido, o amor não termina. -- Capinejar
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sábado, junho 06, 2009 10:08 AM

MOTIVO

por Ênio Vital

de Cecília Meireles

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.
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terça-feira, abril 21, 2009 4:27 AM

...

por Ênio Vital

Pois é, depois de quase 4 anos nesse blog, eu me dei conta.
Eu tenho uma vida de quem vive no distrito das luzes vermelhas.
Tenho uma vida de uma puta. Uma puta fodida com toda a aura bem composta: o poder, o escárnio, a rebelião, o perigo, o mistério, o apelo sexual - A Presença.
Está tudo aqui. E cansei de tudo aqui.
Quero morrer e nascer um cachorro vira-lata.
Adeus
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terça-feira, abril 14, 2009 11:18 AM

Calcule só a prosopopéia

por Ênio Vital

"E não é que sua vida está ligada em tomada de 220 volts, mesmo...
Faz tanto tempo que não temos aquelas conversas, não fazemos aquelas confissões...
Às vezes ficamos competindo quem faz mais trabalhos, quem está ficando com a pessoa mais legal, quem leu o livro mais difícil no último mês. Só não chega a ser uma competição de fato porque não é tão declarada, é algo como: “Pô, li dois capítulos do jogo da amarelinha. To entendendo tudo” - Não é possível ele entender tudo. Eu não estou entendendo tudo! – “Ah é, é? Eu to lendo dois livros de poesia do Drummond e to achando genial!”.
- Poxa, realmente não é competição e me odeio por ter usado essa palavra. Eu disse inúmeras vezes que gostaria de ser ele, ter a perspicácia, inteligência e o tato com as palavras quase que inerente àquele garoto, e só a ele. Isso não é competir, é ser humilde até demais –.
Nós nunca brigamos, eu acho; ainda mais por essa pseudo guerra de egos. Entendemos um ao outro porque somos iguais; competitivos, arrogantes, prepotentes... No entanto, o que pode soar como alfinetadas para um terceiro, para nós é apenas um incentivo, um querer abstrato de trocar semelhanças, experiências, idéias, opiniões.
Tantas vezes já te disse que gostaria de ser sua vizinha... – ele é um dos poucos que me entende e por mais que solte comentários dispensáveis, do tipo que eu pense “não to precisando ouvir isso agora”, é uma das pessoas mais incríveis que eu já conheci – .
Queria te definir em uma metáfora, mas não dá. Eu não sei o motivo, mas sempre relacionei metáfora com candura (acho que é por causa de Camões, na verdade.) e você é qualquer coisa menos brando, ingênuo, inocente ou qualquer outro sinônimo que existe para “candura”, mas te acho doce. Doce dentro de seu azedume, que fique claro; mas pra mim é doce. Agridoce. Melhor ainda! É, da pra te traduzir como um paradoxo, não é? Você é uma contradição viva e esperta demais que certas vezes chega até dar medo
- De fato, é como se algo sobre humano ocupasse aquela carcaça de derme rosada, com o topo enfeitado de fios ondulados de uma cordeburroquandofoge. É de essência humana, com sentimentos, defeitos e virtudes; mas ainda assim não é como outra pessoa qualquer. É singular demais para sê-lo, mas sorri; e é demasiado normal já que não tem o sorriso mais perfeito do mundo, é cruzado, e é aqui que está a beleza –
Não se preocupe, não. A perfeição ta longe de te atingir, ser super-herói brasileiro ainda é posto de Macunaíma porque você ainda sorri torto e é tímido demais para carregar qualquer jargão semelhante ao do He-Man."

Texto confeccionado pela Lívia Palmieri
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quinta-feira, abril 09, 2009 10:04 AM

Pelos próximos seis meses

por Ênio Vital

O cadeado amargo de minhas emoções está quebrado.
Meus pais ensaiam a passos lentos por mais de seis meses uma separação. Eu entendo tudo que vem no pacote de uma situação dessas. Metaforicamente falando, é uma guerra-de-cabo-de-aço com um abismo gigantesco ao meio, cada um está de um lado e eles tentam aliciar os filhos para ajudar a puxar o seu próprio lado do cabo de aço e enfiar o outro para o buraco.
Desde o começo, eu me joguei em queda livre direto no abismo. Não fui pender para nenhum lado! Afinal, só quero o bem deles. Sou confiante em achar que tomei a decisão mais correta.
Só que, nesses últimos dias, não que eu tenha me arrependido, mas cada vez mais e mais, eu sinto uma frase do John Lennon estar sendo amplificada dentro do meu peito: "A pior dor é a de não ser querido. De perceber que seus pais não precisam de você do jeito que você precisa deles."
Deveras, preciso consertar esse cadeado logo - ou comprar um mais resistente.
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quinta-feira, abril 02, 2009 8:00 PM

Eu fico impressionado com o descaso do acaso

por Ênio Vital

Numa mesma semana, uma pessoa de vinte anos morre em casa de taquicardia e era uma pessoa incrivel.
Numa mesma semana, encontro uma pessoa no bar que conheci no acaso do aniversário dela.
Numa mesma semana, fico perdidamente apaixonado e depois perdidamente desapaixonado.
Numa mesma semana, me ligam oito da manhã de um sábado para um after-hours.
Numa mesma semana, descubro o show do Radiohead pela única pessoa que gostaria de ouvir essa notícia - minha prima.
Numa mesma semana, perdi caronas de voltar pro interior para ganhar em concretização de devaneio da capital.
Estou de férias.
Essa primeira semana, tudo parecia rumar para o tédio infinito de me preencher à sina de me deixar mórbido, oras pois, não é que o descaso do acaso apareceu e fez com que o tédio sumisse da terra assim como o capeta foge da cruz?
Enfim, estou impressionado.
E espero continuar assim.

Originalmente escrito em 8 de dezembro de 2008 e foi um acaso achar esse papel perdido nas minhas coisas do ano passado
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terça-feira, março 31, 2009 6:49 PM

Charada

por Ênio Vital

Na minha vida eu conheci mais pessoas desinteressantes do que ao contrário, mas aquelas poucas e boas eu trago sempre comigo, nunca esquecidas em qualquer parte de mim. A mais recente delas mexeu muito comigo. Eu costumo dizer que ela era mais do que interessante, era uma pessoa única, definitivamente singular. Foi daquelas que encanta a gente com cada palavra, mesmo que seja a palavra mais estúpida e importuna. Era uma figura única, instigante, que me despertava uma vontade, quase que arrebatadora, de entender como ela funcionava. É, funcionar parece uma palavra um tanto quanto agressiva, algo como uma máquina, desprovida do menor sentimento. Mas pensando por outro lado, ele era quase que uma máquina. Ele era a maior invenção de todos os tempos. Uma máquina mais valiosa que aquela que ejeta vapor. Era um tipo inventado sem um manual de instrução, que me fazia quebrar a cabeça para entender e criar um manual escrito com base em pistas que ele perdia por descuido. Ele era um tipo desinteressante aos outros que me interessava muito. Passado algum tempo de convivência diária, para minha felicidade eu consegui entender um milésimo daquela peça. Ela começava a se apresentar de maneira diferente, sempre presente, solicito, que me deixava mais ainda embebida naquele mistério. Eu lembro que eu costumava dizer que ele era perfeito e ele insistia em contradizer a minha fala, se julgando comum, qualificado com uma lista de defeitos. Um dia em uma de nossas brigas eu disse à ele algo de ruim, algo que lhe fizera perder o chão. Algo que finalizava todos os porquês de nossas discussões, sendo quase como uma “cereja” que finaliza um bolo. Nesse dia ele se chateou, por perceber que eu não o via mais como alguém perfeito. Ele tinha se tornado um simples mortal provido de imperfeições. O que ele não tinha percebido é que justamente por ele ter se tornado tão comum, mas nunca previsível, que ele saltou de um plano utópico para um mais plausível. Ele foi para um mundo em que eu pude sair da posição de mera contempladora e passar para o estágio de realizadora de vontades.

Texto confeccionado por Jéssica Pazos
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domingo, março 29, 2009 3:07 PM

"Jigsaw Falling Into Place" - Radiohead

por Ênio Vital

Just as you take my hand
Just as you write my number down
Just as the drinks arrive
Just as they play your favourite song

As your bad day disappears
No longer wound up like a spring
Before you've had too much
Come back in focus again

The walls are bending shape
You got a cheshire cat grin
All blurring into one
This place is on a mission

Before the night owl
Before the animal noises
Closed circuit cameras
Before you comatose

Before you run away from me
Before you're lost between the notes
The beat goes round and round
The beat goes round and round

I never really got there
I just pretended that I had
Words are blunt instruments
Words are sawn off shotguns

Come on and let it out
Come on and let it out
Come on and let it out
Come on and let it out

Before you run away from me
Before your lost between the notes
Just as you take the mic
Just as you dance, dance, dance

A Jigsaw falling into place
So there is nothing to explain
You eye each other as you pass
She looks back and you look back
Not just once
and not just twice

Wish away your nightmare
Wish away the nightmare
You got the light you can feel it on your back
[A light,] you can feel it on your back
Your jigsaw falling into place

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quarta-feira, março 25, 2009 10:46 AM

RESENHA: O que é Ideologia?

por Ênio Vital

Marilena Chaui é uma renomada intelectual brasileira – para alguns e minha opnião, uma intelectual menor perto de todos e tantos outros que temos em solo tupiniquim - e através livro “O que é Ideologia” tenta esclarecer e simplificar sua teoria com vários exemplos e autores para dar embasamento na sua cruzada em tentar explicar uma dos verbetes com maior amplo sentido e tudo que possa gerar em torno dele.

A idéia central de “ideologia”, segundo a autora, não tramita sobre subjetividade, preconceito, mas como alicerce principal sendo o fato social, as relações entre os homens, não sendo um mero conjunto de idéias impostas. Em outras palavras, seria a composição de idéias feita pela sociedade, sendo caracterizado pelas relações sociais.

Marilena é partidária do PT e desta forma reproduz sobre a ótica do marxismo como a ideologia age, cresce e desenvolve dentro da sociedade moderna. Uma ferramenta de dominação feita pelo convencimento e alienamento da sociedade, disfarçando a realidade.

Nas relações sociais dentro da divisão do trabalho entre o intelectual e o manual, há uma relação antagônica. O primeiro têm as faculdades do saber e de como construir idéias concisas para dominar o lado operário. Essa construção não é necessariamente uma retrato fiel das reais condições, mas sempre retrata como a sociedade é igualitária, honesta, sua moral e valores, criando uma dominação no lado explorado.

O conceito exposto pela autora é ainda mais amplo, não sendo apenas aplicável no capitalismo e sua luta de classes. Ele é tão abrangente que a maioria das instituições da sociedade formadora de opinião e manuseiadoras de questões de alienamento social como política, igreja, estado, orbitam em cima dessa ideologia apresentada.

Ideologia é tratada como um fenômeno social, logo ela pode ser qualquer coisa desde que tenha um grupo social para representá-la quanto idéia, porém a idéia dominante pertencerá ao grupo com nível intelectual e moral mais elevado. Toda teoria ideológica tem como fundamento inicial uma compreensão da nossa vida em sociedade, seja ela pela relação do homem e natureza ou para explicar fatos sobrenaturais, entretanto não há um relato fiel e imparcial na descrição sobre o referido tema.

Outro fato de se levar em conta é que o dominador sempre tem o poder de remanejar a idéia que ele mesmo sugeriu, criando assim um dinamismo em todas ideologias, tornando elas adequadas por pura conveniência.

Texto confeccionado para um trabalho de Língua Portuguesa II da faculdade ESPM

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quarta-feira, fevereiro 25, 2009 9:39 PM

Sessão Descarrego

por Ênio Vital

Passei o dia inteiro pensando em coisas que eu gostaria de te dizer. Coisas nada agradáveis, vontade de te ferir, te magoar, fazer você se sentir o último dos seres. Sei que te e você não casam, mas foda-se a concordância, já que concordância é o que menos tenho na minha cabeça nesse momento.
Estou aqui sentado em frente à lareira, e penso que gostaria de ver você queimar do mesmo jeito que a lenha, que se contorce e estala. O castigo, a dor, seria pouco perto do que sinto desde que você me deixou entrar na sua vida por cinco minutos, só para depois me descartar feito o cigarro que acabei de jogar às chamas.
Hoje te odeio, ontem queria te amar sem rastro. Queria te entregar este desabafo, na esperança de que ele te fizesse sofrer e perecer. Queria te espancar, te mutilar, queria bolar um plano diabólico para destruir sua essência, sua inteligência, seu corpo e sua memória.
A culpa é sua. Toda sua. Minto, sua e minha, pois enxerguei mais em você do que havia e permeti que você fizesse da minha alma o seu depósito de lixo. Meu estômago dói. Me revolta, fico doente ao lembrar o tanto de desilusão que você deixou em minha porta, filha da puta. Porque perco meu tempo em conversas imaginárias com alguém que não merece me escutar.
Odeio ainda alimentar boas e poucas lembranças do seu rosto, do seu sorriso, do seu papo alienado. Odeio ter vontade de chorar todos os dias.
Me odeio por odiar você com tanta força e ao mesmo tempo com tão pouca vontade.
Gostaria de gritar tudo o que acabei de escrever nos seus ouvidos, tão alto que você jamais voltaria a ouvir. Queria te ver aleijada, incapacitada, perdida, infeliz, impotente, quero te ver estragada, esquecida, desmemoriada, fodida.
Talvez assim, você pudesse me deixar cuidar de você, te reabilitar, te amar.
Talvez assim, eu pudesse ouvir de você que eu sou a melhor coisa que apareceu na sua vida.

Originalmente escrito em 17 de dezembro de 2007
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terça-feira, fevereiro 24, 2009 4:11 PM

Há coisas que realmente não têm como deixarem de ser notadas

por Ênio Vital

"Estaria numa cama de hospital, com os médicos, os estudantes e as enfermeiras em volta dele, amavelmente impessoais, perguntando-lhe o nome, idade e profissão, dizendo-lhe que aquilo era pouca coisa, que depressa ficaria aliviado com as injenções(...)"

Circa de quinze dias atrás, um grande amigo meu, Fernando "Chileno" Dias, sofreu traumatismo craniano (sic) após despencar de uma altura de 4 metros numa baile do hawaii na cidade de Jundiaí. Friso que este rapaz foi uma espécie de "padrinho" na minha entrada da faculdade, foi a primeira pessoa que fiz real amizade lá e, além disso, me mostrou o caminho das pedras - e atalhos - que deveria trilhar dentro dela.
De súbito, ao saber do grave estado dele, me reclusei. Afinal, nessas horas a melhor compania é a nossa própria, uma momento de mastigar, regogitar, mastigar novamente, regogitar novamente, mastigar e engolir de uma vez por todas a situação que ele se encontrava.
Por mais que eu corra atrás de notícias e externo minha preocupação, gostaria de escrever algo que não soasse como um desabafo ou uma jura patética de qualquer coisa que ele mais tarde se envergonharia.
Então, como ele fez Letras, é aficionado por boa literatura e sempre ávido crítico nos meus textos, vou usar da idéia do blog dele de citações de ótimos livros para descrever o que penso a respeito.
Coincidentemente, estou lendo "Jogo da Amarelinha" de Júlio Cortázar e justo no capítulo 23 que estava a ler naquela semana, retratava sobre um acidente. A citação que começa meu texto, também é utilizada no começo do requerido capítulo. Por fim, segue o desfecho do acidente e o desfecho de como penso, também:

"(...)Já devia sentir-se melhor na cama do hospital, gozando daquela sonolência que vem depois do choque, intervalo feliz em que uma pessoa renuncia a ser dona de si mesma e a cama é como um barco, umas férias pagas, algo diferente da vida comum. "Estou quase indo visitá-lo um dia desses", disse Oliveira. "Mas é bem possível que eu vá estragar a sua ilha deserta, serei a inesperada pegada que ele encontrará na areia. Caramba como você está ficando delicado"."

Enfim, melhoras para ti, meu amigo.
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segunda-feira, janeiro 26, 2009 1:49 AM

AMIGOS LTDA

por Ênio Vital

Brodagem foi sempre algo que levei a sério.
Nunca fui a melhor pessoa do mundo e que todos tivessem que me conhecer, muito pelo contrário. Porém, é corriqueiro escutar algo como "Vocês conversam como se sempre foram melhores amigos".
O laço de amizade é algo surpreendente, não consigo enumerar quantas pessoas bacanas conheci e por elas me cativaram e eu cativei elas. Feito um sinal destancando-se como mensagem prioritária sobre o "ruído de fundo", algo com elevada "taxa de originalidade" em detrerimento do fundo "banal", dado o seu interesse pessoal.
Sinto como se o universo estivesse a todo momento me colocando pessoas certas em ocasiões certas com interesses certos na estrada da minha vida.
Toda essa gente que se esbarra em mim, acaba criando uma sincronia transformada em sinergia infinita.
Sou grato por cada amigo. Sempre contam e contarão comigo e eu com eles, à todos até o fim. Como na távola redonda ou os três mosqueteiros.
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segunda-feira, janeiro 19, 2009 3:05 PM

Notas de uma noite de verão

por Ênio Vital

Noutra noite, uma garota disse "Enio, você é um cometa.". A hora que isso foi proferido já se encontrava avançada e, desta forma, aceitei sem resistência se isso era um elogio ou uma crítica.
Depois de uma noite que parecia durar para sempre, percebi as trevas púrpuras desaparecerem num amanhecer e o céu nada em sangue e salmão com a minha curiosidade tentando desvendar a tal esfinge do comentário.
Depois de divagar, e o sangue se desfez em azul e, em breve, começava a surgir um dia quente, bonito e muito claro, porque a chuva limpara a neblina. Cheguei a uma possível solução:
Ou eu me tornara tão efémero feito a passagem de um cometa. Ou eu me tornara a centelha brilhante para os olho feito a passagem de um cometa. Ou me tornara algo tão importante na vida deles, do tipo de coisa que se conta para os netos a passagem de um cometa.
Ou virei tudo isso.
A passagem efémera da centelha brilhante na vida da pessoa que ela acabará por levar isso para sempre com ela, algo que ela gosta de contar, se orgulha, se lembra do momento com prazer.
Entendam que o maior problema é eu nunca ter visto um cometa, eu nasci no ano que o Harley passou. Precisarei viver até os oitenta e sete para saber qual é a sensação de ver um cometa e, só assim, poderia entender se a menina estava a falar sério ou se era só palavras blasfemadas ao vento.
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domingo, janeiro 11, 2009 2:25 PM

Hard to explain

por Ênio Vital

Andei fazendo uma lista de coisas que não ensinam na escola.
Não ensinam como amar alguém, ser famoso, a ser rico ou pobre.
Não ensinam a se afastar de alguém que não se ama mais. Não ensinam a saber o que está passando na cabeça das outras pessoas.
Não ensinam o que dizer a alguém que está morrendo.
Não ensinam nada que valha a pena saber.
As vezes, sinto-me... merda: sei lá! Ôco.
Em geral, quando não sinto o que deveria sentir por dentro.
Tenho uma amiga que está morrendo de AIDS. O que isso me faz sentir?
Vazio, só isso.
Apenas vazio.
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terça-feira, janeiro 06, 2009 1:05 AM

Em 2008 foi assim

por Ênio Vital

Pela primeira vez na minha vida, o começo do ano de 2008 me forçou a comprar um caderno de brochura e fazer um diário. Pois, eu tive uma ex-namorada que ficou biruta da silva e como eu não conseguia manter um contato com ela que achasse suficiente e necessário por conta dos pais dela serem psicóticos da vida, eu criei um diário que gostaria de entregá-la mais tarde.
Fiquei um mês e meio escrevendo de forma livre com data e horário o que me vinha a mente que eu gostaria de falar para ela mas pelas causas descritas acima, não conseguia. Um dos trechos mais legais e menos piegas era "(...)feito o Diálogo do Forest Gump '-Mas, Gump, você esteve em tantos lugares, conheceu várias pessoas. Gostaria de ter ti acompanhado, ter estado junto, te visto tudo.' E Forest responde '- Você esteve lá, todos os momentos junto comigo. Não te esqueci nenhuma vez sequer em meus pensamentos'"
Foram algo em torno de 48 páginas que descrevi meu dia-a-dia com a ausência dela presente na minha vida. Essas páginas nunca foram lidas por nenhuma pessoa e nem por ela - afinal, eu terminei com ela antes que ela pudesse ter ficado boa o suficiente para ler - o motivo evidentemente não convém ser mencionado.
Em contrapartida, quando parei com a idéia de diário e de escrever para ela, eu comecei a cultivar no final deste mesmo caderno os meus pensamentos aleatórios de uma pessoa que estava entrando em outro universo; são paulo, faculdade, novas pessoas, novas histórias, novos lugares.
Feito assim, há uma coleção de mini-trechos da minha vida de: pessoas que me apaixonei, momentos que passei, idéias que usei, contas que errei, desenhos que inventei, citações que copiei. Me tornara "Um Sonhador Infadigável" como está escrito na última página do caderno.
O gozado é ver a dicotomia que há nisso. O começo do caderno x o fim do caderno. O primeiro semestre x o segundo semestre. Algo sério x algo despojado. Rigidez x frouxamento. Esses confrontos aconteceram por puro e singelo descaso do acaso. Nunca fiz questão de escrevê-lo desse jeito para que mais tarde pudesse comparar mas... uma vez que fiz, hoje, eu fui lá olhar tudo e ver como foi o meu ano, o balanço de fechamento de 2008. Posso dizer que saí no positivo. De exilado no primeiro tempo para um amnistiado da minha consciência, coração e vida no segundo tempo.
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terça-feira, dezembro 09, 2008 9:31 PM

Olhar clínico

por Ênio Vital

Simplistamente dizendo:
- Sou uma pessoa que não deu certo.
A pessoa que não se resolveu, não tem moradia fixa, não sabe para onde vai ou onde foi, porque foi, quando foi. Minha resposta mais comum é: "Não sei".
Por mais que eu saiba das coisas e as coisas saibam sobre mim, não consigo me definir, mergulhar numa viagem intriseca e sair de lá com o mapa do que quero, porque quero, como quero.
Nesses tempos, virei um marinheiro. Um amor em cada porto, uma paixão inigualável pelo issar das âncoras para entrar em mar adentro, uma fissura por coleção de pérolas, cartas e tatuagens. Porém, preciso dar um tempo disso tudo, seria bom me estabelecer num lugar e criar raízes.
Só que, para sobreviver em terras firmes, teria que começar uma terapia de pintar os quatro cantos com: paisagens ao norte e paisagens ao sul e paisagens a leste e paisagens a oeste. Estar rodeados e encarando tudo isso a todo momento, me faria bem - pelo menos, ficaria conformado.
A controversia se resume em: talvez, estar fadado ao movimento da vida não é de todo mal.
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domingo, novembro 30, 2008 4:37 PM

NASCIMENTO DE UMA SUPERNOVA

por Ênio Vital

Nunca achei válido falar sobre felicidade até o exato momento de agora por inúmeros motivos. Sejam eles por ser um assunto muito subjetivo ou muito abstrato, muito filosófico e, também, muito simples.
Sempre vi essa palavra como nascimento de uma Supernova: uma explosão cheia de energia, muito grande, muito brilhante, muito intensa, muito radiante tudo isso feito uma estirpe de sensibilidade megalomaniaca.
Entretanto o momento de felicidade me foi sentida quando quis gritar isso até os meus pulmões estourarem, uma sensação genuína de quando se está neste êxtase das emoções humanas.
Com a ligação do dia seguinte existindo onde só colabora para um sorriso mais largo. Sorriso esse que só fazemos quando se diz um "Bom dia!" autêntico e genuíno, sem forçar.
E, essa sensação, não me faz só ser a melhor pessoa mundo mas, sim, ser como um deus em atividade. Ou alguém imagina que deus não vive em plena felicidade?
Aqui só está o b-a-ba do imaginário das pessoas sobre o tema. Todavia, faço o convite, se quiser realmente experimentá-la na sua intensidade plena. Então, vem comigo que eu já sei o caminho e te mostro.
Pois felicidade não se explica, só se sente.
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terça-feira, novembro 25, 2008 10:16 PM

Fruto de novembro

por Ênio Vital

Descobri que em vez de eu ter um coração, eu havia o substituído por uma pedra de concreto, rígida e uniforme. Poderia fazer chuva, sol, ou frio, estar submerso em psicotrópicos ou em recordações, que não conseguia fazer nenhum desgaste nele.
Porém, contra o tempo, ninguém perdura e eis passado algum, posso dizer que algumas rachaduras aconteceram mas de menor importância e sem conseguir algum progresso substancial que chamasse atenção.
Até que outro dia, eu resolvi dar uma olhada e conferir se andava tudo como sempre. Para minha surpresa, no meio de uma fissura pequenina brotava uma plantinha verde. A sensação e a imagem eram a mesma de quando você passa numa calçada e vê uma planta rompendo com as leis naturais, lá está ela onde jamais ninguém imaginou estar.
Me senti, por um momento, um frio natural na barriga pelo espanto e depois fui tomado por uma sensação quase indecifrável em que eu até tinha minhas apostas sobre o que deveria ser.
Nessa altura do campeonato, fiz minha aposta e esperei ver o que aconteceria: ver se a plantinha resistiria e continuaria a crescer até ir quebrando a pedra por estar de dentro pra fora ou se tudo fosse acaso do destino e sem mais nem menos ela morresse misteriosamente da mesma maneira que veio.
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terça-feira, novembro 11, 2008 12:41 AM

SAUDADES - PARTE FINAL

por Ênio Vital

A nossa língua-mãe - talvez seja a única no mundo - que conseguiu traduzir em uma única palavra algo que possui um amplo significado definido pela circunstância em que nos encontramos, eis ela: saudade.
A circunstância referida para definir esse verbete é o tempo decorrido. Um tempo onde, às vezes, um dia torna-se séculos para passar ou um ano torna-se um segundo, não sou o primeiro a dizer isto e nem o último. Mas a relação do tamanho da tempo com a saudade é diretamente proporcional.
Um fator relevante é como iremos nos recordar deste momentos anteriores. Pois, querendo ou não, acredito em para sempre. Porque quando as coisas acabam, elas acabam para sempre. E só restará a recordação nostálgica e a naftalina do mundo clama por isso.
Daqui a pouco, na época de férias universitárias, lembraremos de tudo com um gosto bom vindo à boca, que não é de chocolate e menta, não é de café com creme, não é de cerveja tinindo de gelada e muito menos de bala de goma cor-de-rosa. É salgado de suor e amargo de real, mas muito doce de feliz. É tão especialmente bom que chega a ser macio, ainda que macio não seja uma palavra que se aplique ao paladar. Mas estará junto com aquele sorriso de satisfação.
E, numa época mais equidistante, quando formados restará uma lembrança apagada dos velhos dias, aqueles com mais sorrisos, mais lágrimas de felicidade, mais expectativa. Dias que traziam conforto e confiança. Não que nosso futuro seja tão ruim. A gente sentirá saudade do que viveu, tanta saudade que é capaz até de esquecer que somos as mesmas pessoas que viveram isso há tanto (ou tão pouco) tempo atrás.
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12:32 AM

SAUDADES - PARTE I

por Ênio Vital

Saudades.
s. f., lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a ver ou a possuir; pesar pela ausência de alguém que nos é querido; nostalgia;

(no pl. ) lembranças afetuosas a pessoas ausentes; cumprimentos.

Por excelência, uma grande estação de trem tem fisicamente e, até de certa forma, metaforicamente um conceito de ser um grande reduto de criação e matança de saudade. Sejam saudades brancas, negras, pardas... para todos os gostos!
Há, ainda por cima, a vida das pessoas que controlam as câmeras de vigilância dessa grande estação de trem. Pois, pense bem, quantas emoções elas não devem presenciar por meio de seus monitores?
Concluo, essas pessoas vêem de tudo literalmente.
A saudade impaciente dos pais na espera do filho que mora fora e só volta em feriados prolongados. O filho, por sua vez, morrendo de saudades da lasanha da mãe e das conversas sinceras imersas em conselhos do pai.
A saudade declamatória e enlouquecedora de uma amadora na espera do amante lembrando dos cheiros, cacoetes e beijos. Ele, por sua vez, olha a exaustão a foto dela que ele leva na carteira e escutando a música que ambos gostam no mp3player para se sentir um pouquinho mais próximo dela.
Mas nem só de saudades que serão cessadas acontecem numa estação, talvez em mesma intensidade ou até mais elas acabam sendo aumentadas pela:
A saudade fúnebre de quando alguém volta a terra-natal dos pais que já não estão mais entre nós.
A saudade que vai apertar o coração com a chegada do vagão-correio trazendo postais e cartas de outras pessoas.
A saudade explosiva que nos aflinge quando acabamos de nos despedir de um ente querido e amado que acabara de rumar para longe.
Enfim, a saudade é a arte do convivio de uma ausência presente! (infelizmente!)
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quarta-feira, outubro 22, 2008 2:43 AM

Por que escrevo?

por Ênio Vital

Não costumo dizer coisas a respeito da minha vida particular feito diário aqui.
Tento dizer coisas sobre minha pessoa de uma forma mais elaborada, mais atmosferizada, mais poética, por assim se dizer. Claro que tenho consciência de isso ser apenas uma pretensão e não uma constatação.
Entretanto, hoje, pretendo abrir uma excessão. É um caso especial pois gostaria de fazer registro de algo que tem muito a ver com este blog e do porque esse blog existe.

Na ESPM, até semana retrasada, aconteceu um concurso de poesia a qual eu estou competindo com o poema "Foi Assim" e o "Soneto do Mais-Seu" que podem ser lidos logo a baixo. A faculdade não só incentiva este tipo de criação com o concurso como criou uma "Semana da Poesia", uma brincadeira que deu certo de Mário Chamie - meu professor que, entre outras coisas, já trocou cartas e viajou com Jim Morrison até ser fundador do Centro Cultural São Paulo ou criador de um gênero de poesia entitulado de "poema-práxis".
Hoje se deu início as atividades da "Semana da Poesia" e para ser em grande estilo, Chamuskinha - apelido carinhoso dado pelos alunos ao Chamie - chamou seu amigo pessoal Ferreira Gullar para uma palestra que foi, na verdade, uma conversa informal sobre sua trajetória de vida pessoal, como criou uma forma de fazer poemas e declamou alguns poemas dele.
Eu estava lá no auditório com mais 100 alunos com circa de vinte anos, vendo aquele velhinho com seus mais de 70 anos, de fala mansa, com gírias de maranhense e pouco sotaque com o seu corte de cabelo tão autêntico que a gente o identifica no ato.
Falou durante um pouco mais ou um pouco menos uma hora e meia. Falou coisas que queria ouvir e outras tantas sem tanta importância. Dentre as coisas que eu ouvi e prestei muita atenção, foi de... guardada as devidas proporções e para ficar mais fácil o entendimento para meus leitores que, sim, fazer poemas ou escrever ou qualquer coisa que valha é muito o que Fernando Pessoa escreveu em seu poema Autopsicografia com "O poeta é um eterno fingidor".
Ele prosseguiu dizendo que qualquer escritor não vai falar de emoções ou sentimentos ou verdades que realmente existam. Escritores vão passar a visão deles de como enxergam o mundo, de como entendem o mundo e isso não é para ser considerado uma verdade de constatação feito ciência.
Meu ato de escrever neste blog circunda muito sobre essa questão.
Até que ponto escrevo: verdades? sentimentos? emoções? Tudo não passa da minha forma de ver as coisas.
Em continuação ao papo do Gullar, ele se situa como uma pessoa extremamente emocional que não suporta as cargas de sentimentos e emoções que uma pessoa comum está habituada e acomodada a suportar nas ocasiões do dia-a-dia que a maioria das pessoas passam desapercebidas ou não. Essa linha, estrastifica os poetas do resto das pessoas, separa os dois tipos de pessoas.
Esse é outro ponto em que me vejo semelhante. Não consigo passar em branco certas coisas em minha vida, preciso traduzí-las para forma de expressamento escrito. Tanto é que... esse texto que estou escrevendo e tentando contar porque tenho esse blog e como é a concepção dele para mim, sempre foi muito nítido dentro de mim desde o começo em 2005. Sempre tive todas essas idéias em minha cabeça, esses pontuamentos de escrever expressando o que sinto mas, para não ser falso comigo e com vocês, não é exatamente como sinto porque ninguém sentiria como eu e não quero fazer apenas um relato do que acontece - quero fazer algo poético, algo bonito, algo a mais. Todavia, só hoje consegui enxergar que precisava falar sobre esse tema e tenho certeza que isso só foi possível com essa palestra de Ferreira Gullar que é um senhor Escritor que tem em haver um Prêmio Nobel de Literatura.
Ou seja, só escrevi esse texto tendo como ponto de partida uma emoção de vê-lo falar sobre coisas que mexeram muito com algo intrinseco em mim e de falar a respeito dela. O que sempre fiz em todos os textos que escrevi para este blog.
De qualquer forma, vos garanto que, ao contrário dos demais, esse texto foi apenas um relato sem pretensões artísticas. Apenas um relato.
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domingo, outubro 19, 2008 6:23 PM

UM RELAMPÂGO NA VIDA

por Ênio Vital

Ultimamente, sou refém de duas frases:

"É muito fácil parecer moderno enquanto se é o maior idiota jamais nascido."
Bukowski

"A vida é uma história cheia de som e fúria, contada por um idiota e que significa nada." Shakespeare
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sexta-feira, outubro 17, 2008 12:17 PM

Sabotou-se tudo

por Ênio Vital

Eu conheci uma menina que fazia e falava coisas divertidas. Dançarina agil com sensualidade despreocupada. Com grandes olhos castanhos que pareciam flutuar em seu rosto, uma pele alva como leite e um sorriso largo, muito largo. Tinha uma beleza óbvia, provocante, que exagerava seu encanto.
Me fiz refém dela por tentar construir a longo prazo um porto seguro despreocuapado. Mas, em tese, algo ou alguem aborreceu as partes em alguma parte do processo. Eu estava na praia de cara no mar abstraindo em que diabos acontecia que tudo estava empacado. Então, me apareceu uma garrafa com um papel enrolado dentro que abri e desenrolei para devastar tudo com o maior baixo calão e maior ridiculidaridade possível dentro de mim. A mensagem dizia: "Não me encha o saco. Estou trepando". No verso, eu escrevi com vontade "Tem pessoas que não merecem nosso valor".
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quinta-feira, outubro 16, 2008 9:55 PM

Eu queria falar para meia dúzia de pessoas

por Ênio Vital

Certas pessoas não entendem que eu rumei firme para a louca, tórrida, célebre, a terra aonde os amantes solitários, excêntricos, e exilados vêm confraternizar como se fossem pássaros migratórios; a terra onde, de alguma forma, todos se parecem com artistas de cinemas decadantes, elegantes e arruinados.
Não entendem que, uma vez eu situado aqui, não quero saber o que acontece fora deste meu umbigo, minha rotina e atmosfera que respiro; só quero saber de um aproveitamento local, imediato, sem pudor, estar livre para fazer sem olhar para trás é um direito adquirido de sepultar o passado.
Talvez ficassem bobas e obcecadas pela excelência do trono vazio de Deus que deixei para elas. São pessoa com extrema pobreza de espírito, se gabam pela insignificação de se colocarem no meio do universo achando que tudo está ao seu redor e tudo é feito para eles.
Mas, acontece, que o buraco é mais em baixo. E o detalhadamento só me aborrece, chateia e me faz dar com os ombros, florescendo meu niilismo indiferente.
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quinta-feira, outubro 09, 2008 4:17 PM

A TEORIA DO NÃO

por Ênio Vital

Não sei dar risada sem ser notado, não tenho medo do perigo, não tenho paciência, não suporto frescurices, não tenho compaixão, não gosto de morango, não uso relógio de pulso, não sou genioso, não semeio discordia, não brinco em serviço, não amplifico desgraças alheias, não julgo, não busco perfeição, não vivo sem trilha sonora, não creio nos santos, não esqueço do Palmeiras, não promulgo violência, não legitimo meus sentimentos, não pesco idéias. Não sei quem sou, mas sei o que não sou.
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quinta-feira, outubro 02, 2008 3:17 PM

Foi assim

por Ênio Vital

Pensando sempre como te quis
Desprendi de baixo da lua
O juntar da minha mão na sua
E escrevi no chão com giz

Tudo o que por você eu fiz
Nessa vida e em outras ruas
Ou dentro de paredes nuas
Onde só pedi seu toque de flor-de-lis
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terça-feira, setembro 09, 2008 4:59 PM

A realidade imita a ficção ou a ficção imita a realidade?

por Ênio Vital

O ás de espada está longe de você. As cartas de copas ficam sempre ao redor de você - a rainha de copas nunca está longe. Está vendo este valete de espadas? Pois bem, é você rodeando...
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quarta-feira, agosto 27, 2008 5:28 PM

THROW AWAY

por Ênio Vital

Dar com a cabeça na parede e sair do nada para ir pra lugar nenhum foram sempre meus lemas de vida. Afinal, qual a graça de você tomar atalhos e seguir o caminho das outras pessoas quando você pode fazer sua própria estória e errar para aprender?
Prefiro meus erros, minhas angústias, meus tropeços... faço questão de repetir os pronomes possessivos para dar a impresão de, SIM, ser egoísta quanto a isso.
Costumo dizer que só acredito vendo e isso é praticamente uma máxima. Não vou dizer ser uma coragem mas, talvez, um não acovardamento do futuro. Vou sempre seguir até as últimas as consequências para saber, ver, descobrir, entender por meio que um processo investigativo.
Digamos que descobri o Carpe Diem dos nossos dias. Pelo menos, é onde queria chegar com esse texto.
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sexta-feira, agosto 15, 2008 5:26 PM

Eu fui..

por Ênio Vital

Porque eu queria conhecer ela?
Tinha que saber se ela era banguela, se tinha bafo, se falava atropelado ou pausadamente, se tinha língua presa, se era zarolha, se tivesse tique nervoso na sombrancelha ou de piscar, se mexesse no cabelo para disfarçar, se possuise covinhas e se elas aparecessem qdo sorrisse, se gostava de estralar os dedos para aliviar tensão. Fui querer ter certeza que ela fosse humana.
Porque eu queria conhecer ela?
Tinha que saber se ela gostava de róque, se ela preferia romances do que as biografias, se ela preferia filmes adaptados ou as obras originais, se ela tinha decorado poemas e letras de músicas, se soubesse resumir filmes, se grifava livros, se o teatro não provocasse sono. Fui querer ter certeza que ela me entenderia.
Porque eu queria conhecer ela?
Tinha que saber se ela tinha muitos colegas e poucos amigos, se já tivesse perdido algum ente querido, se possuia um arrependimento latente, se conseguia manter segredos, se a saudade era sempre uma agonia, se as coincidências e o acaso estivessem aí para acontecerem, se a vida fosse melhor viver do que sonhar. Fui querer ter certeza que ela tinha um coração.

Mesmo ela sendo humana, me entendendo e possuindo um coração. Fiquei em dúvida do que eu queria mesmo.
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terça-feira, agosto 12, 2008 7:39 PM

dialogos inusitados

por Ênio Vital

Tinha ido dormido 2am e às 5am já estaria de pé:
- Conta o segredo, qual -ina você toma para se manter de pé?
- Vitamina?...
Adrenalina?...
...Maltodextrina?
- Não. Tô falando de Efedrina?...
Amphetamina?...
...Cafeína?
- Nem, tô só na gelatina.
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sexta-feira, agosto 08, 2008 8:33 PM

Como Me sucumbi ao mundo do ROCK

por Ênio Vital

Lembro-me bem que, aos 12, meu padrinho me apresentou sua paixão chamada "Beatles" - um termo que até entao sempre havia me sido estranho, coisa de gente velha, quadrada, quinqulharia insuportável e ruim.
Como todo bom beatlemaniac que se preze e com toda a paciência do mundo, ele me mostrou toda a discografia e uma antologia incrível. Mas tambem, alguns outros discos pingados como: "Tommy" do The Who, "Exaile on the main Street" do Rolling Stones e muitas coisas do Moody Blues.
Naquela época, segundo ele, eu tinha gostado de duas músicas de "Yellow Submarine" e "Twist and Shout" - uma música do "Revolver" e outra do "Please Please, me", respectivamente. Entretanto tinha me mostrado mais interessado pelo disco do Rolling Stones por causa de todas as histórias que tinha escutado a respeito deles até aqueles poucos dias de vida roqueira que possuia em circa de 2000.
Tempo passava. Aos 15, tinha como ideal ser um beatlemaniac e tentar ter o máximo de LPs e informaçoes sobre eles. Porem, morava no interior e só descolei meia dúzia de compactos e muita frustração de só poder ouvir no quarto fechado, com volume moderado da vitrola na casa dos meus avôs. Essa época, foi quando eu comecei a saber alguma coisa bem superficial sobre róque e uma das coisas que mais me intrigava era o fato de "O Paul morreu mesmo?", uma das maiores pôlemicas para mim. Eis que, meu padrinho com muita classe me ilumina "...veja bem, Ênio, os Beatles estavam fazendo um projeto grandioso demais em que o sucesso ou o fracasso era uma tênue linha a ser rompida. Por isso, o fato girado em cima do Paul morrer ou não, era simplesmente um futura jogada de markenting para que caso viesse a fracassar, conseguiriam voltar aos foques da mídia. Há de se frisar, se houvesse um sósia de Paul McCartney, como ele conseguiria até os dias de hoje compôr músicas?"
Tempo passava. Aos 18, começava a entender os gêneros, as décadas e os movimentos musicais. Descobri Jimi Hendrix, Janis Joplin, Doors... assisti o musical "Hair", Muhamad Ali preso por ir contra Vitnam, Panteiras Negras, Martin Luther King... enfim, tudo ia de encontro ao que sempre chamavam e me facinava de "Woodstock" e algo que eu nunca consegui entender por completo se intitulado "contra-cultura" e o ano de 68. Foi a época em que descobri o psicodelismo e percebi que tirando o "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", nada de expecional eles haviam criado nessa época tão efervecente.
Tempo passou. Hoje, aos 20, chego com uma camiseta do Rolling Stones clássica na casa do meu padrinho e ele me pergunta os motivos que me fazem gostar tanto de Stones ao ponto de vestir uma camisa, segundo ele: "Afinal, até outro dia, você era um beatlemaniac e queria tudo deles. Agora, gosta do Stones?"
Então, eu explico todo o papo de que o Stones tem a melhor dupla de compositores, que Jagger e Richards funcionam melhor do que o Lennon com McCartney, que a pegada Blues deles é mais interessante do que o róque dos Beatles, as letras politizadas são disparadamente melhores do que o "iê-iê-iê" e, por fim, o pacto com o capeta é algo inacreditável.

Eu sei que vou criar polêmica com isso mas - EU ACHO - o Rolling Stones muito melhor que os Beatles. Levei oito anos para entender isso, vai ter gente que nem com a vida toda vai conseguir.
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quinta-feira, julho 31, 2008 4:54 AM

Porque um dia eu me apaixonei

por Ênio Vital

A questão não é por que nos apaixonamos por Roberto e não por Vitor, ou por que nos apaixonamos por Elvira e não por Débora. a questão é: por que nos apaixonamos? Estamos sempre tentando justificar a escolha de um parceiro em detrimento de outro, e não raro dizemos: "Não entendo como fui me apaixonar logo por ele". Mas não é isso que importa. Poderia ser qualquer um. A verdade é que a gente decide se apaixonar. Está predisposto a se envolver - o candidato a esse amor tem que cumprir certos requisitos, lógico, mas ele não é a razão primeira de termos sucumbido. A razão primeira somos nós mesmos.
Cada vez que nos apaixonamos, estamos tendo uma nova chance de acertar. estamos tendo a oportunidade de zerar nosso hodômetro. De sermos estreantes. Uma pessoa acaba de entrar na sua vida, você é 0km para ela. Tanto as informações que você passar quanto as atitudes que tomar serão novidade suprema - é a chance de você ser quem não conseguiu ser até agora.
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domingo, julho 13, 2008 4:33 AM

TRECHO DO MONTEIRO LOBATO

por Ênio Vital

A vida, Senhor Visconde, é um pisca – pisca.
A gente nasce, isto é, começa a piscar.
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu.
Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso.
É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. [...]
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia.
Pisca e mama;
pisca e anda;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre – perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?

[Monteiro Lobato, Memórias de Emília, (1936)]
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segunda-feira, junho 30, 2008 4:23 PM

tornando-se futebolistico

por Ênio Vital

O esporte mais popular do mundo é, sem dúvida, o futebol e eu sempre quis falar sobre Futebol, assim mesmo, com ÉFE maiusculo. Falar sobre como ele é irresistível e não esse clichezão de "ópio para o povo". Veja bem, não vá pensar que futebol é aquilo que você vê "depois da novela", com propagandas no meio do jogo, replays com câmera e anglos infinitos, microfones colocado em locais estratégicos e comentaristas tendenciosos sem diploma de jornalismo pois tudo isso é a fórmula de produto que a T.V. quer que voce compre - isso é bem nítido em época de Copa do Mundo.
Futebol não é sinônimo de ignorância ou violência, isso é a excessão. O ludopédico, a forma como os portugueses gostam de denominá-lo, é a forma mais pura de exposição, extrapolação e experimentação de sensações e sentimentos.
Você só vai aprender a gostar e amar futebol quando descobrir um clube nacional, aprender o hino e ir ao estádio. Sua preparação psicológica para a ida, durante e depois do jogo é diferente, afinal: será um dia diferente em sua vida!!! Você irá para um determinado local gritar com tantas outras pessoas para incentivar, torcer para que não haja sorte para o azar de qualquer espécie, querer matar o adversário pela jogada que fez, bater palma com a jogada sensacional do craque de seu time e, sempre, vibrar de uma maneira louca e indescritivel com o gol. Enfim, esse primeiro dia é o começo do fim e ele sempre será lembrado desta maneira que descrevi com vááários adjetivos genéricos.
Após esse solavanco de emoções, o futebol vai começar a te hipnotizar feito uma barra de ouro brilhante e reluzente no seu côlo. Você virará um escravo, acompanhará jogos e resultados que influenciarão a cor do seu dia para: mais cinza ou mais azul. Será deveras cativante como há de ser a primeira picada de heroína. Você nunca mais conseguirá sair e vai achar isso tão ótimo que acabará querendo levar outras pessoas ou para experimentar ou para compartilhar com você. E cá, estou. Vamos?
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domingo, junho 22, 2008 9:19 PM

Meu lado claro escureu

por Ênio Vital

Não pense que não percebi.
Eu percebi como você mudou a forma de rir. Eu percebi como você fixava olhos em coisas bobas quando falava de coisas sérias. Eu percebi quando você aprendeu a mentir e falava olhando para mim sem piscar. Eu percebi sempre suas dissimulações convertidas mais tardes em jogos-de-cintura para aguentar meu modo porre de ser.
Não pense que não vi.
Eu vi como você parou de falar de todos os sonhos. Eu vi como você se saturou ao ponto de achar a realidade o máximo possível. Eu vi como você desbrutalizou sua força para coisas nossas. Eu vi como você acelerava conversas a sós comigo. Eu vi como você aprendeu a lançar pessoas contra mim.
Não pense que não compreendi.
Eu compreendi bem como aconteceu tudo. Eu compreendi bem como você chegou até aqui. Eu compreendi sua falta de consideração. Eu comprrendi bem que de trapos nem um lenço se faz.
Nesse tempo todo, confesso, minhas pernas já doiam por dar passos ligeiros como se tivesse pressa mas esses passos sempre, sempre, acabaram em nenhum lugar. Foi puro amagor de alma.
Mas eu percebi, vi e compreendi. Preciso ter um tempo longe daqui, tempo de ficar só. Andar na areia e sumir. Amor verdadeiro não reage assim, pode fazer melhor. Muito melhor.
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terça-feira, junho 17, 2008 6:21 PM

Artista do Crime

por Ênio Vital

Se tem uma coisa que eu sempre vi nos filmes e sempre quis fazer e ser é, sem dúvida, um pickpocket urbano e com sorriso furtivo após o golpe. No Brasil, o batedor de carteiras provavelmente nunca existiu, aqui o pessoal aponta a arma e te pede para passar a carteira. Lá fora é tipo uma arte, tem todo um gingado, uma destreza impar, uma trama, deve ser miticulosamente treinado ou não.
O mais legal é a forma como você passa a perna na pessoa. Isso é genial.
A pessoa normalmente não se dá conta do que ocorreu e, quando dá, já é tarde demais pois o golpe foi aplicado com maestria. Este misto de atuação com crime sempre é irresistível. Jogo pôker, já desci ladeiras com mais de 100m com inclinação considerada de skate chegando a uns bons 50km/h que um tombo seria bem doloroso, já pilotei um ultra-leve em condição adversa de clima, já reagi a um assalto a mão armada, já briguei e corri da briga, prefiro sempre dirigir em pista simples do que em pista dupla, adrenalina sempre foi um cursor de águas na minha vida é a minha maneira de ver a vida sadia e, nada, nada, ao meu ver do que já fiz, poderia chegar aos pés de aplicar um golpe numa pessoa. Pois, você está prestes a esbarrar no fogo com a mão cheia de querosene! Se você conseguir sair ileso, é muito gratificante.
Lógico, não acho que crime seja legal e que compense. Se eu for roubado, não vou achar legal. Talvez, se for por uma maneira assim, eu não fique puto por furtar mas... "Filha da puta! Como ele conseguiu?".
Acho que nunca terei essa resposta.
Só fritaria meu cerébro ao infinito pensando em como ele fez e nunca descobrir. E, depois, só restará a admiração por ser uma vítima do artista do crime.
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quinta-feira, janeiro 24, 2008 9:26 AM

Procuro amigos...

por Ênio Vital

Não precisam ser iguais, bastam serem humanos, terem sentimentos e bom coração. Precisam saber falar e calar, sobretudo saberem ouvir. Têm que gostar de poesia, madrugada, praia, sol e lua. Têm que gostar de canto, música, ventos e gorjeios. Devem ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentirem falta desse amor. Devem amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Devem guardar segredo sem se sacrificarem.

Não é preciso que sejam puros, nem que sejam todos impuros, mas não devem ser vulgares. Devem ter ideais e medo de perdê-los, senão, devem sentir o grande vácuo que isso deixa. Têm que ter ressonâncias humanas e seu principal objetivo devem ser os amigos. Devem gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer. Devem gostar de ruas desertas, chuva, poças d'água, trilhas molhadas, beira de estrada, pôr-do-sol, nadar pelado e deitar na areia quente.

Procuro amigos que digam que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Para não se viver debruçado no tempo em busca de experiências perdidas. Que nos batam nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chamem de amigo,

... para que tenhamos juntos, a consciência de como se vive.

Vinicius de Moraes
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quarta-feira, janeiro 16, 2008 3:51 AM

Soneto do mais-seu.

por Ênio Vital

Mesmo se o eu-lírico fale grego
Sem ter mistério, é só segredo
Não basta vê-lo como porcaria
Pela opressão da simpatia

Quero sabê-lo total sem medo
Flexionado por algo com credo
Se tiver abertura vã, riria
Deste riso só o choro restaria

Dentes que dentro da boca terão
A vontade de serem campeão
Do frontal até o fim com o ciso

Seus lábios em plena combustão
Desabrochar-se-iam sem pressão
O pleno e doce de seu sorriso.
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quinta-feira, junho 15, 2006 5:38 PM

ZINE vol1

por Ênio Vital

Zine volume HUM
Diagramação e Produção do 01 até o 15, Ênio Vital
Diagramação e Produção do 16 até o 27, Luigi Berganton
Clica logo aqui
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quinta-feira, abril 27, 2006 12:07 PM

É PRA VOCÊ, SOMENTE PARA VOCÊ!

por Ênio Vital

Sempre me senti como o Rei Midas, só que invés de transformar algo em ouro, transformo em sentimento, em significados especiais a um tudo, por isso nunca me importei com nada. E, o que foi tocado outrora por mais que quizesse ou esperniasse, nunca pude mudar, isso causava-me uma certa monotonia, entretanto era uma aflição passageira até me preocupar com qualquer outra coisa.
Então, uma pessoinha sugou metade da minha alma e robou meu coração, me fez furado por detro, ôco... mas: jamais vazio. E, ela era como uma Caipora, toda arteira! Ela conseguira mudar o que eu já havia tocado pois deixava um pouquinho do coração e da alma dela naquilo!
No começo, conseguia pegar um pouquinho dela, para me completar e não viver uma sobre-vida.
Com esse pouquinho de alma e coração dela que deixava em todos lugares, virou uma mania minha ou um ópio. Eu sempre corria atrás por algum motivo, seja na insanidade da raiva, na alegria transbordante, na solidão vaga, na risada companheira, e, como havia de ser, eu sabia quando, onde e como encontrar, indiscutivelmente! Era como fechar os olhos e ver o céu caindo e, fechando-os, me sentindo tão bem, ela entrelaçou os dedos dela nos meus de tal forma que nunca escapolissem e os segurando firmamente, me disse: "Vem, vem que tudo isso é meu amor por ti e o teu amor por mim, precisamos caminhar juntos, ver tudo junto, um dar sentido para algo do outro, ser especial e único!"
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sábado, abril 08, 2006 1:28 PM

brodagem s/a

por Ênio Vital

Quando tinha cinco anos, aprendi que o Pau-Brasil levava vinte e cinco anos para virar um adulto. Ele era como uma pessoa, praticamente!
Por isso, sempre quis plantar esta árvore no meu quintal, para ela desenvolver junto à mim, de ir crescendo e virar um adulto na mesma fase em que eu viraria, ela com 25 e eu com 30. Seriamos inseraparáveis, únicos, só eu e ela teriamos este elo!
Porém, meu pai nunca deixou eu fazer isto no quintal dele, pois não queria se desfazer das orquideas dele, além do espaço que o pau-brasil ocuparia dentro do nosso restrito quintalzinho mais tarde.
Então, com os mesmos cinco anos eu comecei a cultivar outras sementinhas, sementinhas que crescessem junto de mim, que participassem de todos momentos comigo, que compartilhassem tudo comigo, que fossem grandes e majestosas mais tarde como o Pau-Brasil! Nesse momento, eu compreendi o que significava a palavra Amigo!
Quem devo muito, devo de coração.
Felizmente, eu tenho uma floresta à qual prezo, zelo e cultivo.
E, se você está ou foi indicado para ler isso, pode ter certeza que quero lhe dizer: MUITO OBRIGADO, AMIGO(A)!
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domingo, abril 02, 2006 5:03 AM

blá-blá de sempre! sô igual você, campeão!

por Ênio Vital

Como há de esquecer de ti?! É ser mediocre comigo mesmo!
Bem como se sabe, o meu, com o seu coração, deu sentido para o que todos aqui acham que já sabem, o: amor eterno.
Não queria encontrar mas não queria esquecer. Com gosto de miolo de torrada na boca, ou qualquer coisa sem gosto, é sempre assim. Mudaria meus planos para ter e não quer ter.
Vivo e sinto algo que nem sei bem o que é!
Cada dia na gangorra de maior, menor, mais, menos...
Enfim, saudade é um cão, só quem tem sabe como é.

Esse texto é originalmente escrito para todas mulheres que passaram pela minha vida.
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sexta-feira, março 17, 2006 6:41 AM

NOVE DIAS

por Ênio Vital

Distorção de guitarras estão em minha cabeça.
Não ando em bons dias.
A gastrite vem, insônia vem.
Seretonina vai, alegria vai.
Pra cima ou pra baixo, não tem muito o que fazer.
A hora é boa e é hora, tambem, de chegar na casa dela e fazer assim:
-OLÁ, EU VIM AQUI PARA VER A DONA DO MEU CORAÇÃO!

Pois é, eu fui e fiz, a malandragem não ficou só no "ter que fazer assim".
Hahahaha, o engraçado que ela fechou a porta na minha cara e eu fiquei como se tivesse descido uma ladeira à 200km por hora, só que no final dela era uma rua sem saída, com um enorme paredão.
Aí, foi até onde o destino preveu!
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terça-feira, março 07, 2006 8:09 PM

Resenha: Le Fabuleux destin d'Amélie Poulain (2001)

por Ênio Vital


O Fabuloso Destino de Amelie Poulin
Diretor: Jean-Pierre Jeunet
As vezes, eu vejo como o mundo é pirado mesmo mas se fosse a França de Amelie, poxa vida, eu me mudava hoje mesmo para lá! O filme mostra como o cinema ainda pode nos divertir, pode nos mostrar outro mundo e um mesmo mundo(para o franceses, no caso) de como a realidade pode ser diferente, apesar da história poder ser retrada em qualquer parte do globo sem problema algum! Tá, deixando o lado romântico-cinefólico de lado e indo direto para resenha, Amelie é uma menina que teve pseudo-problemas quando criança, agora adulta percebe que sua vida está cinza e decide mudar os destinos das outras pessoas para mais tarde ser lembrada como a Lady Di(princesa falecida), mas ela não sabia que isto implicaria em mudanças somente no destino alheio e, sim, no dela tambem, daí em diante a trama está armada. Adendo: para alguns o começo é bem chato, mas quando chega nesta parte que descrevi, tudo fica melhor!
Não posso contar mais, senão estraga!

Prest'atenção: A trilha sonora e a direção de fotografia do filme são perfeitos, tentem perceber as cores, os contrastes, os cenários, as posições de câmera! É praticamente tudo aquilo que o cinema precisa nos proporcionar sempre!
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sexta-feira, março 03, 2006 4:57 AM

Agosto

por Ênio Vital

Sabe, pode até aparecer arrogância minha.
Creio que, por algum tempo você deve ter esperado uma resposta, um e-mail aí na sua caixa de entrada, até que caiu no esquecimento ou então você nunca veio a se preocupar, pois claro, sou muita pouca-bosta pra ter tamanha importância.
Quero deixar bem claro: Não me arrependo do que fiz! Nem por um segundo!
Você escolheu essa carreira doída, não eu, foi sem me avisar.
Claro, deveria ter caído naquela lenga-lenga de pseudo-sentimelóide 'Ahhhh, a você vai embora, vou perdoar, preciso redimir meus pecados e pagar o dízimo pois nunca mais te verei!'. Enfim, as coisas para mim não funcionam assim e nem com ninguém. Todos tratam como se você estivesse em estado de coma e em inicialização de eutanásia, longe disto, claro mas bem que eu acho!
E quer saber mais uma coisa?! Às vezes, um dia tornam-se séculos para passar e um ano torna-se um segundo, não serei o primeiro a dizer isto e nem o último, você vai acabar percebendo isto!
Espero que você tenha sentido algo por mim na época, por mais minimalista que seja. Uma raiva, uma fúria, uma mágoa, um remorso! Espero que tenha sido bem intenso. Espero que você lendo isto, ou que chore ou que aperte o mouse e bata ele na mesa ou - caso seja como no primeiro parágrafo - eu seja tão insignificante e não represente nada, o que seria de certo algo bem normal!
Ah, e claro, você quer uma explicação né?!
É, em todo fim de novela sempre tem explicação!
Mas desta vez não vai ter!
Não vou me explicar! Você pode achar que não tenho razão e por isto estou me calando. Todavia, não é o que acontece!
Ah, pra finalizar, não estou escrevendo por querer seu perdão ou algo que valha.
Na verdade, tô nem aí, dou com ombros para muitas coisas nessa vida, menos para:
Saudades.
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quarta-feira, fevereiro 15, 2006 10:45 AM

pela causa

por Ênio Vital

O ensaio sobre o nada.
Com raiva, eu mandei isso aqui pro limbo.
Com raiva, quebrei dois copos.
Com raiva, eu estou a três dias.
Porque a raiva, não vira rancor?
Porque o rancor, não vira raiva?
Tanto rancor e raiva, em um só coração, não há salvação!
Mas com amor, talvez tudo se dê um jeito!
Com jeito, talvez tudo se modifique!
Ao contrário, coisas distintas aconteceram!
Pois aconteceram, com pessoas amenas!
Pessoas amenas trazem consigo um pedaço de sí!
Um pedaço de sí, eu levo comigo!
Levo comigo, rancor e raiva!
Raiva de ver, raiva de escrever, raiva de ler, raiva da vida, raiva dos sentimentos, raiva da esperança, raiva de cada panda ameaçado que não trepam para salvar a espécie, raiva de cada golfinho ou baleia que cansa da vida e encalha na praia!
eu queria queimar a floresta amazonica, injetar CFC na camada de ozônio, destruir todas as praias francesas, abrir os reservatórios de petróleo e o oceano de azul virar preto.
Levar comigo? nada.
Nada, além de raiva.
De raiva, e rancor.
E rancor, eu guardo, eu amaço, eu dobro, eu retrifungo, eu retribuo, eu amenizo, eu modifico.
E assim, no meio do nada, eu termino este ensaio, o ensaio sobre o nada, para acabar com essa raiva que dura deste quinta-feira as 3:43 da tarde, raiva que não passa, não acaba, não sessa, não vê fim!

(originalmente escrito em: 07/05/04 ou aqui se preferir, em todo caso, eu estou em crise de criatividade!!!)
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domingo, fevereiro 12, 2006 7:12 PM

Resenha: A Clockwork Orange (1971)

por Ênio Vital


Laranja Mecânica
Diretor: Stanley Kubrick
Provavelmente, poucos aqui leram o livro de Anthony Burgess, lançado em 1962 e - vou ficar devendo - não sei o lançamento aqui no Brasil e as re-edições - mas sei que ano passado/retrasado, pelo visto, re-editaram e re-lançaram - chega de blá-blá-blá! A trama toda se passa numa Londres 'futurista', ao que parece, apesar de não empregar datas ou algo cronológico. Nosso anti-herói Alex DeLarge - quando se pronúncia "a lex" significa "fora da lei" em Latin - é filho único, com certa de 20 a 25 anos, não trabalha e não estuda, para combater o ócio existente no seu bairro, faz parte de uma 'gangue de rua', com sede onde ele se reune com mais alguns amiguinhos e vão por aí atrás do denominado, como: "Horror Show"(brigas, roubos, e estrupos são paradas obrigatórias neste show, como qualquer ser humano normal pode concluir sem esta adenda idiota minha!). Tirando isto de lado, seus comparsas começam a se irritar com certas atitudes autoritárias de Alex, começam a discordá-las e como 'capitão' do grupo, ele dá um cacete em todo mundo.
Após esta intriga resolvida, eles foram fazer um "Horror Show" como de costume e seus comparsar o deixaram na mão da polícia, literalmente. Alex, na prisão, começa a pirar e quer voltar para as ruas o quanto antes.
Desta forma, se alista em um novo método - experimental, é verdade - de se 'purificar' de todo o mal, conseguindo diminuir sua pena! No caso, ele teria que ouvir Bethoveen, seu composidor favorito, em um tipo de lavagem cerebral. Sendo o primeiro a usar dessa maravilha de exércicio, ele volta para as ruas como cobaia. Então que toda a trama passa novamente pelos mesmos ambientes, porém, agora, a atmosfera será diferente, com um Alex totalmente... bom... já disse demais.

Prest'atenção: a trama é bem bolada, não fica boiando, todo detalhe é importante. Em '71, uma sociedade conservadora e um Kubrick maluco deu em um filme feito pra chocar, causar repulsa!!
Fica esperto: tire mamãe e a vovó da sala, chama aquele teu primo sádico e é só fazer boas pipocas!
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quinta-feira, fevereiro 09, 2006 5:54 PM

I love blue and yellow too

por Ênio Vital

As vezes, eu penso em escrever para uma mina, a mais cuzona do bairro.
Ela, definitivamente, explicou o teor de começar com "i love rock'n roll" e de terminar com "i hate rock'n roll" para mim.
E, ela é uma dessas estrelas bem brilhante, sem dúvida. Porém, como qualquer estrela - o Sol por exemplo - quando se está muito perto, brilha demais, clareia demais e me faz fechar os olhos ao olhar, pois não quero ficar cego para sempre, então, nunca chego perto demais e ninguém se atreve ou consegue!
Entretanto, não quero que essa mina fique intocável, pois ela é totalmente doce e tocável. Por isso tento escrever para ela. Escrever para tolerar mais o meu coração pois não foi feito só de batidas, mas de sentimento tambem e disso não tem cura, é de doer como o arder dos olhos ao olhá-la, de não conseguir parar de me corroer por um minuto se quer.
Pensando melhor, mandarei um bilhete anônimo com: "ou eu não nasci nessa vida para ser um bom ferro ou você que é lima demais."
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segunda-feira, fevereiro 06, 2006 4:40 AM

crônica: Qual é o bom-senso?

por Ênio Vital

Você tem um amigo baiano, não é mesmo?!
Pois é, eu tambem.
Todos temos, é lei universal, como essas de gravidade em que existem na física para nunca serem contestadas pela eternidade à fora!
Ele, seu amigo baiano - provavelmente - possui mais ou menos atributos desfavoráveis para levar tal título, seja no âmbito musical, trajes, cultura, leitura, idéias, atitudes, poderia citar vários porém não quero me extender e só explicar alguns.
Para baianos, algumas pessoas são diferentes e possuem gostos estranhos. Creio que essa seja a maior intriga do globo, afinal, como eles podem achar algo de alguém, rotular outros, especificar algo quando eles não possuem tese para isso?
Para falar algo sobre algo ou alguém, sempre se pede um bom-senso.
Agora, como escutar funk carioca por ter passado na última novela das oito, quando até dois anos atrás: "...gosto de todo tipo de música, menos: sertanejo, funk e pagode!", assistir filmes que concorrem ao oscar, vestir roupas à la malhação, ler um livro do top cinco de vendas na livraria e a cultura desta pessoa se restringir ao caderno cultural do jornal, porém: só para ler os quadrinhos, podem ter discernimento sobre algo?
Confesso, não tenho a resposta. Só uma suposição: quando se cria algum discernimento, a pessoa fica menos baiana, até chegar uma hora que não tem mais como ter espírito de baiano.
Baianos, baianos... são bem - alias, bastante - não-entendíveis, são apenas baianos.

--xx--

Mudanças de planos, estou cansando de ficção. Vô começar a colocar crônicas(como essa aí em cima), resenhas sobre qualquer coisa e textos nonsense(é Mariana, outras pessoas tambem lerão essas desgracêras).

Voltei, no orkut, para pregrar o xiitismo.
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terça-feira, janeiro 24, 2006 4:13 AM

I'm calling you, so serious

por Ênio Vital

Lembra daquele dia? Dos desenhos e diálogos na folha toda rasgada e suja? Então, quando voltava para casa, em meio à sombras e luz baixa, eu só pensava no amanhã para poder levar minha caixa de lápis de cor e tirar os tons monocromáticos dos desenhos e da sua vida! Queria ser sua caixinha de colorir, dar tons pasteis para partidas e vibrantes para chegadas!
E lembro, também, com você, eu aprendi, desde aquela primeira vez quando me mandou escolher um doce na panificadora e ficava olhando, e olhando, e olhando só para descobrir qual era maior – mesmo que não fosse o meu preferido – pois me sujeitava à isso, ao grandioso e incógnito: novas experiências. Queria descobrir tudo com você, o requisito era a grandiosidade, mas nem por isso queria parar de caber dentro de você, de encostar a cabeça contra seu peito e pensar que aquela era a melhor forma de dizer “Eu te amo!”, sem palavras e gestos.
Agora, não me importo de você ficar aí, na Cidade do México, não mesmo. Nem de todo esse caos urbano, das luzes alaranjadas e pandemônio humano, o inferno tem toda essa cor cromada. Mas, definitivamente, me importo se teu coração, humor e palavras estão no azedume!
É que... sabe, das poucas coisas acreditáveis no qual minha mãe me disse é: “...pode ter um galão de 25 litros de leite totalmente delicioso e saudável, porém basta um pouquinho de leite azedo para coalhar e estragar tudo no galão!!”, meu coração, humor e palavras são assim, então não estrague-os.
Por tudo foi como fumar um cigarro, rápido e progressivo até o final, alias, no final, ficou a bituca e naquele filtro com as extremidades brancas e no centro marrom amarelado percebi, de uma forma ou outra, você me fez mal em baixa ou alta tensidade, mas não ligava! Estava viciado no meu amor por você, mesmo! E dei com os ombros, pois só queria fumar outro cigarro com você, mesmo!
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sexta-feira, janeiro 13, 2006 7:29 AM

uma história de bar

por Ênio Vital

Eu queria existir para modificar tudo na vida dela, tudo para o bem. Não queria apenas ser uma linha na vida dela, mas um conjunto de capítulos, contos e crônicas, para mais tarde, virar uma memória profunda e sólida.
Meu sentimento por ela não acabava, na verdade, não parava de pipocar, isso sim! Parecia uma panela gigantesca fazendo pipocas com a tampa aberta, para todo lugar com tamanha força o meu amor por ela chegava em um novo lugar.
Também, me sentia tão preso à ela como um botão costurado com barbante, éramos fortes e denso, tenso, intenso!
Ela era como minha casa, tinha mais confiança com ela, nela. Se apagassem a luz, eu saberia como andar, mesmo no escuro!
Tudo era tão bom que em dias escuros e/ou cinzentos, aonde todos se escondem e querem que logo passe, na minha mente abria um álbum de fotografia de momentos de nós, de todas as coisas que nós fizemos e não dissemos, coberto pelo que foi dito e não dito!
Honestamente, nosso amor poderia manter-nos junto eternamente! Afinal, quando ela dizia “Adeus, até outro dia” para mim, eu conseguia enxergar nos olhos delas que, na verdade, ela estava querendo dizer: "Oi, tudo bem?", quando já tínhamos ficado pelo menos uma tarde inteira junto e conversado sobre tudo e todos, nada era saciável.
Isso parecia pouco, mas era tanto, tanto, ah, me fazia mover, como minha anfetamina preferida, fazia minhas correntes sanguíneas aumentar pressão, dilatarem-se, ferver meu sangue.
Em um dia, eu achei que tudo isso era recíproco.
Ela me contou que, antes de tudo, ela se sentia como num casulo sem nenhuma vontade de ver as coisas do lado de fora, a luz do dia. E, com todo esse tempo junto comigo, foi a espécie de dia da independência, de se libertar e sair.
Doce esse meu ledo engano, foi. Ela queimou tudo, disse que seria mais fácil desta maneira, então foi reduzido em miseras cinzas e segundo o que me contava na carta, "(...) me desculpe, mas eu percebi que você foi pequeno na minha vida perto deste meu novo amor (...)".
Obvio, não soube o que fazer, até hoje não sei mais como me comportar, pareço um cadáver por aí flutuando num oceano de vodca, separado de todo o resto. Mas agradeço pelo brinde que fizeram para mim, meus caros amigos ausentes, encerro contando que eu carrego, ainda, em minha carteira a foto que ela rasgou ao meio, me separando dela.
Fiquei meio sem reação, ela está - aqui e agora - no mesmo bar, em mais uma maldita fim de noite de esperas. Desafio ela com o olhar e ela com uma pergunta cheia de malícia:
- Nós estamos ambos sozinhos, o que você suponha que eu diga?
- Eu estou indo para casa e desejo nunca mais ver sua cara!
Com o estômago na boca e as pernas bambas, saí da mesa, do bar, e, definitivamente, da vida dela, deste jeito, consegui queimar o que outrora foi salvo e guardado, aquela foto rasgada.

(Se meu humor não mudar, ao mais tardar, este blog terá comentários logo logo!)
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sábado, janeiro 07, 2006 8:12 PM

A flor

por Ênio Vital

Sempre tive problemas na escola.
Professoras não me compreendiam por completo. Desenhava flores, desenhava elas com cores pulsantes, um lado com pétalas grandes e outro pequenas redondas nas cores verdes e azul, miolo vermelho e quadrado, cabo laranja, numa grama roxa. Elas diziam: "Está errado". Me davam outra folha, pegavam na minha mão e desenhavam o cabo verde, o miolo redondo e amarelo, as pétalas uniformes em vermelho e rosa, com um chão marrom.
Sem dúvida, hoje não desenho mais assim, me moldaram para o correto e, para todo o resto, a sociedade se encarregou!
Mesmo assim, não ligo.
Só queria que me ensinassem a amar, de preferência, por alguém que me amasse.
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sexta-feira, dezembro 30, 2005 6:08 PM

como tudo começou

por Ênio Vital

Lucas, quando era pequeno tinha dois grandes medos: um consistia na montanha-russa e o outra em ter o coração revelado, roubado e levado para bem longe por alguém. Hoje em dia, com muito frio na barriga, a montanha-russa foi superada. Agora, seu coração virou uma chuva de inverno, levado para longe como a enxurrada descendo a ladeira, roubado na mesma proporção de gotas que caem, e revelado da forma como essa chuva acontece.
***
Para Helena, o pisoteamento no coração de alguém vem com pequenas coisas, as grandes nunca são digeridas e nem compreendidas, então basta para que os detalhes arrasem ou elevem um sentimento.
***
Lucas sabia: dinheiro não compra mais nada. Claro, momentos especiais nunca foram comprados por dinheiro algum, até que ele foi até a porta dela. Hesitado, repensou que talvez devesse parar de se exceder, deixar se desvairar. Afinal, tantas estradas erradas, caminhos errados, amores errados. Porém nem tudo poderia estar errado, o covarde ficou esquecido.
***
Helena, acha que Gerson, seu namorado, queria planos e sentimentos. Todavia naquele momento ela só tinha sentimento e o rosto dele. Uma condição de caça e presa, pulsava só de olhá-lo. Esperava uma resposta dele que nunca apareceu e nem apareceria. Ainda assim, acreditava no tempo de cada um, no momento de cada um, mesmo que este fosse no ‘tchau’.
***
Gerson, sempre se sentia no céu, sempre apaixonado perdidamente, este era o seu maior segredo e o que mais era visível para ler-se em sua testa, fora seu sentimento altamente possuidor por ela, sua peça rara, com um ciúme exacerbado. Sua sutileza de rinoceronte fêmea no síl fez com que brigasse com Helena por uma simples demora no banheiro, dois whiskys a mais e uma hora de conversa com Lucas, seu melhor amigo.
***
Como se soasse um segredo de verão, Helena abriu a porta e perguntou: “Fala Lucas, o que você quer uma hora dessas? Estou quase de saída para a formatura de minha irmã!”
Sem jeito e embaraçado, mas com fé, ele respondeu: “Só você!”.
***
Sendo assim, toda a conversa na noite anterior, a briga e os dois whiskys à mais de Helena fizeram sentido.
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quinta-feira, dezembro 29, 2005 6:46 PM

por Ênio Vital

Você tenta e nada lhe responde. Sabe que o mundo é imperfeito e poucas coisas possuem solução. Se sente em branco. Tudo não muda. Tudo fica pouco e limitado. Apenas sentir virou a parte mais difícil, por bem ou por mal já não faz diferença. A verdade virou uma mentira e a mentira virou uma verdade. Tédio resume seu dia-a-dia, as pessoas tem nada para oferecer, o fluído é um regresso, a válvula do seu corpo foi descompressada, tudo o que vê, ouve, cheira, degusta e tateia não corresponde.
A vertigem é sinônimo de neurose e vice-versa.
Os pés descalço, o fim de tarde, a vizinhança e até seu animal de estimação não são algo cativante como antigamente.
Pois bem, respire fundo, tudo está bem. O que mais falta tentar?
- Ah, com certeza, coloca um pouco de amor nesse coração que tudo se resolve.
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quarta-feira, dezembro 28, 2005 10:11 PM

Procuro buscar.

por Ênio Vital

Busco gentileza. Procuro fraternidade. Busco reconhecimento. Procuro ostracismo. Busco bulimia. Procuro anoréxia. Busco a chave. Procuro a porta. Busco religiao. Procuro laicismo. Busco montanhas. Procuro oceanos. Busco a benção. Procuro consagração. Busco a realidade. Procuro fábulas. Busco esquecer. Procuro lembrar. Busco mistério. Procuro desvendar. Busco companhia. Procuro amigos. Busco maneiras. Procuro um caminho. Busco sarar. Procuro a cura. Busco Perfeição. Procuro Genialidade. Busco sobreviver. Procuro a vida. Busco paixão. Procuro amor. Busco alguém. Procuro você.
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terça-feira, dezembro 27, 2005 7:49 PM

o quanto você é doce?

por Ênio Vital

trocou o menta extra-forte pelo morango com chocolate, quantas vezes?
encontrou o mapa do tesouro, quantas vezes?
e aquelas flores de dezembro, colheu quantas vezes?
não testou o sentimento alheio, quantas vezes?
enrolou o cabelo de alguém no seu dedo, quantas vezes?
trocou o "amanhã, pode ser?" por "só se for agora!", quantas vezes?
quando desistiu do dicionário para os significados de sentimentos e foi atrás de aprendê-los, quantas vezes?
pensou que algumas horas não era suficiente, nem uns dias, muito menos alguns meses, só com a eternidade iria saciar, quantas vezes?
a intensificação virou a inércia do dia-a-dia, quantas vezes?
o beija-flor, arco-íris, parquinho e suco é vivo cada vez mais dentro de você, quantas vezes?
o suspiro ecoa acompanhado daquela vez que quando tudo parecia errado e deu certo, quantas vezes?
o ciúmes constar como a forma plena de zelo, quantas vezes?
se mesmo com a ausência, com a falta de força, com a desilusão, tudo vingar, como se fosse um novo tipo de bromélia descoberta na Zâmbia, quantas vezes?

- Mas, eu sou diabético.
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segunda-feira, dezembro 26, 2005 8:16 AM

por Ênio Vital

- Arranjei uma nova amiga!
- Orra, quem é?
- Ah... uma aí.
- Vamos, me conte!
- Adianto, fui maior felizardo!
- Jura? Ela deve ser foda, pois arrancar elogio assim de você é como tirar algo da cartola.
- Bom, todo mundo tem seus momentos
- Vá, desembuche! Faz tanto tempo que nós não conversamos mesmo!
- Você, como sempre, maior curiosa!
- O que posso fazer? Me interesso em tudo sobre você!
- Paiaça! Ela não chega aos seus pés e ao que você representa à mim, serve?
- Ah... mas isso eu já sabia!
- Paiaça!
- Hahahaha! Paiaço!
- Depois que você saiu daqui, tudo ficou tão apático, cidade pretae-branca, sem cheiro.
- É, eu acho que você nunca conseguirá alguém para perder tempo em procurar o algodão doce mais colorido possível da quermesse, ou para experimentar todos os picolés do sorveteiro ao mesmo tempo para ter a sensação de tutti-frutti, e depois ficar tudo derretendo, fazendo aquela sujeirada melada! Sem contar, as vezes, que eu tentei fugir de casa e ia na tua, ficava dois dias e voltava para a minha.
- Paiaçada sempre foi com a gente, hahahaha!
- Claro! Lembra quando você foi de menino maluquinho na festa junina? E a Amanda de Emília, pra ajudar! Hahaha
- Nossa, é mesmo! Mas, e aí? Anda gostando da nova cidade, e o cursinho?
- Então, não sei até quando vou agüentar ficar nesse cursinho. Não curto essa cidade, queria voltar, encontrar com você e o resto dos meninos, do cheiro de pipoca da praça. E por aí?! Como ta?
- Ah, a maioria se dispersou da escola. Sabe como é, alguns faculdade, outros cursinho em uma cidade maior.
- Quando vou conhecer sua amiga nova?!
- Não sei.
- Porra, dá pra parar com esse mistério e falar pelo menos o nome dela?
- Claro que não! Ou o que seria de mim sem isso?
- Boboca! Meus créditos estão acabando!
- Então, beijo! Vêm logo pra cá!
- Beijo Menino, se cuida!
*no celular, após o termino da conversa, chega a mensagem:



“O nome dela é Solidão”
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quarta-feira, dezembro 21, 2005 10:49 AM

SEM TITULO

por Ênio Vital

- Ninguém fala comigo.
- Também, você é seco.
- Não sou seco.
- É sim senhor. Você é como aqueles muros que possuem caco de vidro em cima, por onde você se aproxima acaba machucando as outras pessoas.
- Eu sei disto. Porém com uma pequena diferença: sempre os deixo virado para dentro de mim, chegar perto de alguém empurra contra mim e não me sobra alternativa ao não ser chorar ou chutar.
- Os chutes andam sendo mais corriqueiros.
- A dor nunca é fácil de controlar.
- O amor nunca é fácil de encontrar.
- Essa frase é tão cretina.
- Não tem nada de cretino, você que é distante do mundo.
- É, sou distante do mundo como meu coração é distante do dela e ela é meu mundo.
- Você deveria ser mais incisivo.
- Como?! Não a conheço.
- Como não a conhece? Alta ou baixa? Loira ou Morena?
- Não sei, não sei.
- Lógico que sabe.
- Não sei. Nunca me encontrei com ela, sempre achei desde a primeira carta tudo uma maluquice, afinal, aonde já se viu encontrar um amor de baixo da porta? Ali, junto com contas e postais.
- Quem escolheu amar? E há qual hora?
- Nisso você até tá certo.
- Você deveria ser mais incisivo, insisto. Pois, ela mandou outras cartas.
- Não sei. Tenho medo.
- Medo do que homem?
- Estou habituado com o fracasso.
- Pois bem, chegou à hora do sucesso!
- Nada é tão simples.
- Ainda bem! Ou você acha que construímos casas com cartas de baralho?
- É...
- Preciso lhe dizer, eu a vi.
- Sério? Como assim?
- Sim. E, você também.
- Eu?
- Sim
- Não.
- Sim.
- Quando?
- Desde sempre.
- Desde sempre como?
- Desde sempre, em seus sonhos.

Desta forma o monologo cessou, o lado esquerdo ou parte emocional de seu cérebro calou o lado direito ou parte racional.
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quinta-feira, dezembro 15, 2005 7:03 PM

Sorry, I'd like to kiss you, but...

por Ênio Vital

Ela, em todo momento, teve amores em seus dedos, mãos e pensamentos.
Iria conseguir experimentar de um amor como nenhum outro antes? Difícil de acreditar mas, Cecília, só de pensar nele, dorme com o som de guitarras elétricas e sonha com os astros do cinema. O "impossível" desferido pela Luciana e o "quem sabe" de Júlia, só faz todas as nuvens se parecerem menos com formas geométricas e abstratas para dar formas à coelhos, pirulitos, corações, flores, gatos entre tantas outras.
Ela não queria se esconder, sabia que ele estava vendo-a. Ao meio do verão, o brilho do sol escaldante, ela não conseguia cumprimentá-lo com apenas "olá"! Querendo quebrar o feitiço, mudar as coisas, todavia tudo que acontecia eram as linhas paralelas se declinarem devagarzinho sobre seus olhos. Então, uma mão fria tocou seu rosto e é ele, só podia ser ele. Por um momento, a eternidade poderia ser descrita e como chegar nela com uma velocidade incrível pelos seus olhos. Tudo foi esperado e inusitado, simples e complexo, totalmente som e fúria, assim foi o primeiro beijo.
Logo após aquele dia, lá estavam eles, fazendo juntos algo jamais antes feito. Testavam os mais variados tipos de guloseima um com o outro, passeavam de praça em praça, até que em uma, a gangorra e o realejo ganharam um significado todo especial, só para eles! Era como ganhar asas, poder voar, sair do plano terrestre, sobrevoar e brincar de se encantar com todas as pequeninas coisas vista lá de cima.
Entretanto, ela sabia, eu sabia, você sabia. O inverno chegaria, tiraria ele dela, as frustrações e tormentos voltariam junto com um velho medo dela: de nunca querer ser forte, só ser livre.
No começo, ela só corria para casa, corria enxugando as lágrimas, corria para que ninguém a visse, corria para se esconder.
Depois parou de correr, depois com mãos no bolso, depois chutando o chão pela vizinhança, depois começou sentir a mão suar, depois as pernas tremerem, depois o nariz secar, depois a angústia amargar a boca e um dia, ela tomou a maior de sua decisões após tanta poeira levantada e abaixada.
Cavoucou bem rente a uma pedra que ela conhecia bem e ele, melhor ainda. Ali, ela iria deixar descansar o pingente em formato de coração dourado que ele havia dado para lacrar o amor deles. Após enterrá-lo, ela fez um juramento para sí mesma:
"Só de pensar que um dia você já desenhou meu nome no seu coração torto com caneta esferográfica e que me fez pensar em beijos de baixo de chuva, tenho vontade de cuspir na calçada suja todos os beijos nem sonhados, nem consumados que ficarão para sempre, afinal, após aquela nossa briga, você não tinha o direito de acabar com sua vida, não mesmo, o meu coração é seu, só seu, você não poderia ter feito isso, jamais! Por isto deixo-o aqui no seu túmulo! Adeus!"
Desta forma, Cecília, nunca foi a mesma! Gostar das coisas com ou sem sal, não fazia mais sentido. Nada mais fez sentido. Amar nunca mais fez sentido.
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terça-feira, dezembro 13, 2005 2:16 PM

por Ênio Vital

Qual a importância de algo em nossa vida é o mais asfixiante dos meus pensamentos. O ipê branco floresce uma vez por ano, para a empregada só há sujeira a ser varrida, para outros é a chance de se deslumbrar com a natureza, sua paz está no azul da calcinha dela ou no da imensidão do céu, seu natal no presentes e fartura ou na meditação e sobriedade?
Comparativos são vagos, entender o lado externo e interno é como não ter aonde ir, apenas olhar dentro do coração. E, meu maior afago é não saber em qual parte me perdi.
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quinta-feira, dezembro 08, 2005 4:39 PM

Se-Gre-DO

por Ênio Vital

Segredos são como uma página em branco dentro da sua cabeça.
Ocupam espaço e não têm nada de importante.
Ao menos que:
1) A pessoa que lhe contou, lembra dele a todo momento.
2) Você espalhe a proeza para todos as outras pessoas.
É, mas quem acredita em segredos?
Os curiosos acreditam, afinal, criam expectativas quando escutam a frase: "Segredo nosso!" e correm logo decifrar como se fosse caso de vida ou morte.
Os fuxiqueiros e sua percepção aguçada em querer saber algo alheio à sua vida, só pelo simples prazer de sentir-se melhor, a última bolacha do pacote, quando, no final, não passam de um amontoado de gente desocupada e sem vida.
Os românticos acreditam, bom, como qualquer tipo de coisa neste mundo vira algo passional circulando a vida deles(leia-se: um beija-flor trepar com um roxinol na primavera e nascer um lance hibrido já seria motivo para eles se degustarem com alguma coisa sentimeloíde, afinal, ninguém entende a biosfera desta classe de pessoas).
As meninas de doze anos para baixo ou, se preferir, os donos de papelaria, senão o que seria dos diários de cadeados sem os segredos à serem guardados e a renda dos traficante de celulose neste país?!
Tirando essas quatro classes, ninguém levará segredo a serio nessa vida.

Texto para Laura Carnicero.
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quarta-feira, dezembro 07, 2005 10:26 AM

Cartilha do Sentir: Sorriso

por Ênio Vital

Sem dúvida alguma, o sorriso é a simpatia por opressão e, no sentido mais abrangente, o que move o mundo, faz girar e renovar o ânimo.
Ou você, realmente, sobreviveria só com bicos, caras-feias, caretas, carancudos e, me desculpe a expressão, cara de bosta?!
Vamos lá, o sorriso maroto dos meninos jogando bola, o doce sorriso das meninas brincando de boneca, o sorriso aconchegante dos amigos em fases e momentos de nossa vida, o sorriso mais-uma-vez-não-é-demais das avós e algo extremamente gostoso preparado especialmente para nós, o sorriso nosso-segredo dos avôs que aprontam algo escondido conosco, o sorriso gracinha dos velhinhos em geral desferido à nós, o sorriso já-passou das mamães após passar aquele merthiolate ardido, o sorriso me-surpreendeu dos papais orgulhosos do boletim do filho!
Desde recém-nascidos, o único sentimento que nasce conosco e não é ensinado, nem aprendido, é o sorriso! Apartir daí, desenvolvemos a linguagem do sorriso.
Assim mesmo, o sorriso é a primeira coisa mínima deste mundo, nem básica pode ser considerada, pois desta forma todos tratariam de enviar e gratificar de volta, o que não é o caso. Então dê o seu como retribuição para um mundo melhor, ao menos que, você continue a viver em um mundo melhor sem tudo isso e, neste exato momento, desferiu um sorriso amarelo, o que explicarei melhor em outro capítulo.
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terça-feira, dezembro 06, 2005 4:52 AM

Eu só queria que você soubesse!

por Ênio Vital

Eu não sou nada sem te ver, te assistir, carregar você junto à mim, faça sol ou faça chuva, você é parte de mim, do filme da minha vida. Mesmo sem que eu tenha todos os pedaços do roteiro. Esqueça que cobraria algo, com custo zero e vontade mil. Não deixo você passar de mim a despercebido. Eu não conseguiria mentir para você, eu sou tão abobolhado com você por perto que nem consigo distinguir o errado do certo.
Esperando, ali pelo cais, o mar quebrando, por você.
Quando a dor se for e o sol nascer, tudo voltará.
Volte para mim, volte para sempre.
Queria só mais uma parte de você, sendo tocando, ouvindo, olhando, sentindo o cheiro ou ao leve degustar.
Quebre a cadeira que existe dentro da sua cabeça e se renda ao que realmente faz sentido nisto tudo. O Carrossel está a 110km/h, nada mais pode ser procurado no dicionário, nem explicado, o que estamos esperando?!
Reflexo de nós mesmo?! O sol é tão forte, não dá! É um clarão!
Não há esperança mesmo, nada mais é necessário. Eu lavo minhas mãos e deito na grama. Só pra ver o que pode ser feito, milagres, miragens... qualquer coisa, mas eu sei, é só o sol forte, eu procuro uma fonte para o meu sol, uma fonte de calor, que eu possa ficar, que eu possa compreender, e estará tudo bem. Estará tudo bem quando o meu clarão de paixão se transformar em calor de amor, sim, aí sim, estará tudo bem, tudo bem, tudo bem, tudo bem, tudo bem!
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