sexta-feira, agosto 08, 2008 8:33 PM

Como Me sucumbi ao mundo do ROCK

por Ênio Vital

Lembro-me bem que, aos 12, meu padrinho me apresentou sua paixão chamada "Beatles" - um termo que até entao sempre havia me sido estranho, coisa de gente velha, quadrada, quinqulharia insuportável e ruim.
Como todo bom beatlemaniac que se preze e com toda a paciência do mundo, ele me mostrou toda a discografia e uma antologia incrível. Mas tambem, alguns outros discos pingados como: "Tommy" do The Who, "Exaile on the main Street" do Rolling Stones e muitas coisas do Moody Blues.
Naquela época, segundo ele, eu tinha gostado de duas músicas de "Yellow Submarine" e "Twist and Shout" - uma música do "Revolver" e outra do "Please Please, me", respectivamente. Entretanto tinha me mostrado mais interessado pelo disco do Rolling Stones por causa de todas as histórias que tinha escutado a respeito deles até aqueles poucos dias de vida roqueira que possuia em circa de 2000.
Tempo passava. Aos 15, tinha como ideal ser um beatlemaniac e tentar ter o máximo de LPs e informaçoes sobre eles. Porem, morava no interior e só descolei meia dúzia de compactos e muita frustração de só poder ouvir no quarto fechado, com volume moderado da vitrola na casa dos meus avôs. Essa época, foi quando eu comecei a saber alguma coisa bem superficial sobre róque e uma das coisas que mais me intrigava era o fato de "O Paul morreu mesmo?", uma das maiores pôlemicas para mim. Eis que, meu padrinho com muita classe me ilumina "...veja bem, Ênio, os Beatles estavam fazendo um projeto grandioso demais em que o sucesso ou o fracasso era uma tênue linha a ser rompida. Por isso, o fato girado em cima do Paul morrer ou não, era simplesmente um futura jogada de markenting para que caso viesse a fracassar, conseguiriam voltar aos foques da mídia. Há de se frisar, se houvesse um sósia de Paul McCartney, como ele conseguiria até os dias de hoje compôr músicas?"
Tempo passava. Aos 18, começava a entender os gêneros, as décadas e os movimentos musicais. Descobri Jimi Hendrix, Janis Joplin, Doors... assisti o musical "Hair", Muhamad Ali preso por ir contra Vitnam, Panteiras Negras, Martin Luther King... enfim, tudo ia de encontro ao que sempre chamavam e me facinava de "Woodstock" e algo que eu nunca consegui entender por completo se intitulado "contra-cultura" e o ano de 68. Foi a época em que descobri o psicodelismo e percebi que tirando o "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band", nada de expecional eles haviam criado nessa época tão efervecente.
Tempo passou. Hoje, aos 20, chego com uma camiseta do Rolling Stones clássica na casa do meu padrinho e ele me pergunta os motivos que me fazem gostar tanto de Stones ao ponto de vestir uma camisa, segundo ele: "Afinal, até outro dia, você era um beatlemaniac e queria tudo deles. Agora, gosta do Stones?"
Então, eu explico todo o papo de que o Stones tem a melhor dupla de compositores, que Jagger e Richards funcionam melhor do que o Lennon com McCartney, que a pegada Blues deles é mais interessante do que o róque dos Beatles, as letras politizadas são disparadamente melhores do que o "iê-iê-iê" e, por fim, o pacto com o capeta é algo inacreditável.

Eu sei que vou criar polêmica com isso mas - EU ACHO - o Rolling Stones muito melhor que os Beatles. Levei oito anos para entender isso, vai ter gente que nem com a vida toda vai conseguir.
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