quinta-feira, outubro 16, 2008 9:55 PM

Eu queria falar para meia dúzia de pessoas

por Ênio Vital

Certas pessoas não entendem que eu rumei firme para a louca, tórrida, célebre, a terra aonde os amantes solitários, excêntricos, e exilados vêm confraternizar como se fossem pássaros migratórios; a terra onde, de alguma forma, todos se parecem com artistas de cinemas decadantes, elegantes e arruinados.
Não entendem que, uma vez eu situado aqui, não quero saber o que acontece fora deste meu umbigo, minha rotina e atmosfera que respiro; só quero saber de um aproveitamento local, imediato, sem pudor, estar livre para fazer sem olhar para trás é um direito adquirido de sepultar o passado.
Talvez ficassem bobas e obcecadas pela excelência do trono vazio de Deus que deixei para elas. São pessoa com extrema pobreza de espírito, se gabam pela insignificação de se colocarem no meio do universo achando que tudo está ao seu redor e tudo é feito para eles.
Mas, acontece, que o buraco é mais em baixo. E o detalhadamento só me aborrece, chateia e me faz dar com os ombros, florescendo meu niilismo indiferente.
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