quarta-feira, fevereiro 15, 2006 10:45 AM

pela causa

por Ênio Vital

O ensaio sobre o nada.
Com raiva, eu mandei isso aqui pro limbo.
Com raiva, quebrei dois copos.
Com raiva, eu estou a três dias.
Porque a raiva, não vira rancor?
Porque o rancor, não vira raiva?
Tanto rancor e raiva, em um só coração, não há salvação!
Mas com amor, talvez tudo se dê um jeito!
Com jeito, talvez tudo se modifique!
Ao contrário, coisas distintas aconteceram!
Pois aconteceram, com pessoas amenas!
Pessoas amenas trazem consigo um pedaço de sí!
Um pedaço de sí, eu levo comigo!
Levo comigo, rancor e raiva!
Raiva de ver, raiva de escrever, raiva de ler, raiva da vida, raiva dos sentimentos, raiva da esperança, raiva de cada panda ameaçado que não trepam para salvar a espécie, raiva de cada golfinho ou baleia que cansa da vida e encalha na praia!
eu queria queimar a floresta amazonica, injetar CFC na camada de ozônio, destruir todas as praias francesas, abrir os reservatórios de petróleo e o oceano de azul virar preto.
Levar comigo? nada.
Nada, além de raiva.
De raiva, e rancor.
E rancor, eu guardo, eu amaço, eu dobro, eu retrifungo, eu retribuo, eu amenizo, eu modifico.
E assim, no meio do nada, eu termino este ensaio, o ensaio sobre o nada, para acabar com essa raiva que dura deste quinta-feira as 3:43 da tarde, raiva que não passa, não acaba, não sessa, não vê fim!

(originalmente escrito em: 07/05/04 ou aqui se preferir, em todo caso, eu estou em crise de criatividade!!!)
0 comentários