terça-feira, novembro 11, 2008 12:41 AM

SAUDADES - PARTE FINAL

por Ênio Vital

A nossa língua-mãe - talvez seja a única no mundo - que conseguiu traduzir em uma única palavra algo que possui um amplo significado definido pela circunstância em que nos encontramos, eis ela: saudade.
A circunstância referida para definir esse verbete é o tempo decorrido. Um tempo onde, às vezes, um dia torna-se séculos para passar ou um ano torna-se um segundo, não sou o primeiro a dizer isto e nem o último. Mas a relação do tamanho da tempo com a saudade é diretamente proporcional.
Um fator relevante é como iremos nos recordar deste momentos anteriores. Pois, querendo ou não, acredito em para sempre. Porque quando as coisas acabam, elas acabam para sempre. E só restará a recordação nostálgica e a naftalina do mundo clama por isso.
Daqui a pouco, na época de férias universitárias, lembraremos de tudo com um gosto bom vindo à boca, que não é de chocolate e menta, não é de café com creme, não é de cerveja tinindo de gelada e muito menos de bala de goma cor-de-rosa. É salgado de suor e amargo de real, mas muito doce de feliz. É tão especialmente bom que chega a ser macio, ainda que macio não seja uma palavra que se aplique ao paladar. Mas estará junto com aquele sorriso de satisfação.
E, numa época mais equidistante, quando formados restará uma lembrança apagada dos velhos dias, aqueles com mais sorrisos, mais lágrimas de felicidade, mais expectativa. Dias que traziam conforto e confiança. Não que nosso futuro seja tão ruim. A gente sentirá saudade do que viveu, tanta saudade que é capaz até de esquecer que somos as mesmas pessoas que viveram isso há tanto (ou tão pouco) tempo atrás.
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